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Portugal conseguirá regressar aos mercados?

A descida das taxas com que os investidores transaccionam dívida pública nacional no mercado sugere que o Estado já conseguiria, se assim entendesse, emitir novas obrigações em prazos longos, o que já não faz desde o início de 2011. Contudo, o Estado goza de uma posição de liquidez confortável nesta fase, o que permite adoptar uma estratégia cautelosa e dar "passos seguros".

27 de Dezembro de 2012 às 12:00
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A descida das taxas com que os investidores transaccionam dívida pública nacional no mercado sugere que o Estado já conseguiria, se assim entendesse, emitir novas obrigações em prazos longos, o que já não faz desde o início de 2011. Contudo, o Estado goza de uma posição de liquidez confortável nesta fase, o que permite adoptar uma estratégia cautelosa e dar "passos seguros".

No Orçamento do Estado para 2013 não está prevista a emissão de dívida de longo prazo. A emissão adicional de bilhetes do Tesouro deverá, no cenário mais conservador, acomodar o novo défice e garantir os reembolsos de dívida do próximo ano. Sobretudo as obrigações a pagar em Setembro, cujo montante caiu para quase metade com a operação de troca realizada em Outubro.

Ainda assim, o plano de intervenção anunciado pelo BCE em Agosto veio "mudar as regras do jogo", dizem vários analistas. Draghi injectou um optimismo nos mercados que foi determinante para a redução das taxas de Portugal no mercado e para que várias empresas – incluindo os bancos BES e CGD – tenham conseguido voltar aos mercados.

Mantendo um olho no que faz a Irlanda, que também quer emitir obrigações em 2013, o IGCP irá continuar a acompanhar o "humor" dos mercados. E, se o optimismo se mantiver, o Estado poderá sentir-se tentado, pelo sinal que enviaria para fora, a fazer as primeiras emissões de dívida de longo prazo. Antes disso, dizem analistas, o IGCP poderá avançar para novas operações de troca, que aliviem o "fardo" de 2014 e de 2015.

 

 

Juros da dívida novamente abaixo dos 7%

As taxas exigidas na compra da dívida portuguesa no mercado secundário, onde os investidores trocam entre si títulos "antigos", voltaram na semana passada a descer abaixo dos 7% no prazo a 10 anos. A marca, que ganhou simbolismo após Teixeira dos Santos ter dito que a partir desse nível o pedido de ajuda começava a ponderar- -se, é um dos principais indicadores da melhoria do risco de Portugal. Algo para que terão contribuído as notas positivas da troika mas também o novo plano de intervenção do BCE. As taxas abaixo de 7% a 10 anos e na casa dos 5% a cinco anos, mostram que os mercados estão a reabrir-se. A questão é saber se o optimismo vai perdurar na Zona Euro, resistindo à incerteza em torno, por exemplo, da situação em Espanha e Itália.

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