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EUA querem mais de 3 mil milhões da Binance para fechar processo crime

Uma vez alcançado, o acordo pode permitir a continuidade da operação da maior plataforma de criptomoedas do mundo, de acordo com fontes conhecedoras do caso, citadas pela Bloomberg.

Pedro Catarino
20 de Novembro de 2023 às 17:52
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O Departamento de Justiça dos EUA pretende chegar a acordo com a Binance, para que esta pague 4 mil milhões de dólares, o equivalente a 3,66 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual.

Uma vez alcançado, o acordo pode permitir a continuidade da operação da maior plataforma de criptomoedas do mundo, evitando assim o colapso de uma entidade que representa um risco sistémico para o mercado cripto, de acordo com fontes conhecedoras do caso, citadas pela Bloomberg.

As negociações entre o Ministério Público incluem ainda a possibilidade de o CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), poder ser acusado pelo Departamento de Justica. Atualmente, o empresário reside nos Emirados Árabes Unidos.

O anúncio do Departamento de Justiça pode ser publicado já no final deste mês, de acordo com as mesmas fontes. A investigação está a ser levada a cabo pela unidade de lavagem de dinheiro e recuperação de ativos da vara criminal do Ministério Público, em conjugação com a seção de segurança nacional e o gabinete do procurador de Seattle.

Se o acordo chegar a bom porto, os EUA congelariam assim o processo contra a empresa, mas teria de ser apresentada uma declaração pela empresa com todas as irregularidades, passando ainda a ser implementado um processo de monitorização da "compliance" da companhia.

A investigação versa sobre alegadas lavagem de dinheiro,  fraude bancária e e violação de sanções internacionais, em concreto o incumprimento das sanções impostas pelos EUA contra a Rússia e o Irão.

Contactados pela agência de informação, o Departamento de Justiça não quis comentar a notícia e a Binance não respondeu.

A investigação levada a cabo pelo Departamento Justiça é uma das maiores no universo das criptomoedas, podendo ser equiparada a grandes operações como o trabalho de acusação dos EUA contra a FTX, o seu CEO Sam Bankman-Fried e outros executivos do grupo.

No caso da Binance, a Bloomberg salienta que ainda não é claro se há outros executivos a ser investigados, além de CZ.

Além desta investigação do foro criminal, CZ e a Binance estão a ser investigados administrativamente nos EUA. No início de junho o supervisor norte-americano do mercado de capitais (na sigla inglesa SEC) processou tanto a Binance como  CZ por alegadas violações relativas a operação sem registo, bem como mistura de ativos próprios e de clientes. No dia a seguir foi a vez da Coinbase.

Em julho, CZ reagiu a este anúncio da SEC, afirmando numa missiva, a que o Negócios teve acesso, que  "nem todas as empresas de investimento em Wall Street são o Madoff", referindo-se a um dois maiores esquemas Ponzi da História.


(Notícia atualizada às 18:06 horas).

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