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Crise no Cazaquistão penaliza mineração. Bitcoin já perdeu quase 40% desde o pico

Os níveis de mineração mundial de bitcoin desceram 14% face ao final da semana passada. A redução da atividade compromete a cotação da "criptoqueen", que negoceia atualmente em "bear market".

A plataforma de negociação de criptomoedas Coinbase vai estrear-se no Nasdaq esta quarta-feira.
Dado Ruvic/Reuters
12 de Janeiro de 2022 às 15:27
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O poder de mineração mundial da rede bitcoin diminuiu drasticamente depois de o governo do Cazaquistão ter bloqueado a internet, devido às rebeliões dos últimos dias. Esta quinta-feira, a taxa de "hash" da bitcoin - que mede os níveis de mineração da criptomoeda mais valiosa do mundo e que é medida entre Quilohash e Exahash - caiu 14%, face ao final da semana passada.

Os dados são da BTC.com, que não avançou, no entanto, a medida concreta. Ainda assim, mostra o impacto desta crise no mercado. No ano passado, depois de os mineradores terem sido expulsos por decreto da China, o Cazaquistão tornou-se o segundo maior centro de mineração de bitcoin do mundo, depois dos EUA, de acordo com os dados do Cambridge Centre for Alternative Finance.

Bitcoin e outras criptomoedas são criadas ou "mineradas" por computadores de alta potência, geralmente em centros de dados em diferentes partes do mundo, que competem para resolver "puzzles" matemáticos complexos num processo altamente intensivo, que envolve um alto gasto de energia, pelo que os mineradores preferem sempre países onde o custo de eletricidade seja mais barato.

Em dezembro,  a taxa de "hash" da bitcoin disparou para 172 milhões de "terahashes" por segundo, o valor mais alto desde maio, de acordo com dados divulgados pela Blockchain.com.

"A proibição da mineração da China apenas provocou uma mudança geográfica, pelo que vemos este [movimento] em direção a outros países, incluindo o Canadá e os Estados Unidos", comentou Jason Zaluski, responsável pelo departamento de tecnologia da Hut 8 Mining Corp, com sede em Toronto, contactado pela Bloomberg.

Os mineradores são incentivados a ligar o maior número possível de máquinas quando o preço da bitcoin sobe, o que explica a relação entre a taxa de "hash" e a cotação. Após ter tocado o patamar histórico dos 69 mil dólares, a bitcoin já caiu 38%, tendo entrado em "bear market" ainda no ano passado. Esta quarta-feira a criptoqueen está a corrigir 3,52% para 43.273,83 dólares.

O decréscimo da mineração mundial – que indica que há mais mineradores longe da rede, dando por isso vantagem à proliferação de novas criptomoedas e à concentração de menor valor na bitcoin – pode atormentar ainda mais a criptomoeda mais cotada do mercado.

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