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Contágio de um "crash" cripto ao sistema financeiro pode "facilmente aparecer", avisa Lagarde
A presidente do BCE juntou-se ao coro de avisos que têm sido feitos pelos responsáveis do banco central em relação aos ativos digitais. A francesa usa o exemplo da FTX para alertar para a volatilidade deste mercado.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou esta quinta-feira que apesar do contágio do mercado financeiro convencional pelo "crash" cripto ainda ser "baixo", não se deve baixar a guarda dado que as interligações entre ambos os sistemas pode aumentar o risco a qualquer momento.
"Depois de atingir o pico em novembro de 2021, o preço da bitcoin caiu quase 75% no espaço de um ano. No mês passado assistimos ao colapso caótico da FTX", começou por referir a líder francesa.
"Embora o impacto destes episódios tenha sido até agora contido, o risco sistémico pode facilmente aparecer com o aumento das interligações entre o ecossistema cripto e o sistema financeiro tradicional", sublinhou a líder do BCE na abertura da sexta conferência do Comité Europeu do Risco Sistémico.
As declarações de Lagarde surgem após os avisos de vários responsáveis do Banco Central Europeu BCE, incluindo o governador italiano Fabio Panetta, terem alertado para o perigo dos criptoativos e para o potencial deste mercado ser uma "bolha".
"Os decisores políticos, incluindo as autoridades macroprudenciais, devem avaliar cuidadosamente se e como é que o ecossistema cripto deve ser regulado", considera Lagarde, destacando o papel de "vanguarda" da Europa que está na fase final do processo legislativo do regulamento sobre criptoativos (na sigla inglesa MiCA).
A responsável vê como fundamental a rápida implementação do MiCA para "preencher as lacunas, de forma a que seja dada uma estrutura consistente para a emissão de criptoativos e prestação de serviços na UE".
Ainda assim, a regulação agora em curso "é apenas o primeiro passo", ressalva. "Do ponto de vista da estabilidade financeira, a regulação pode ser reforçada através de várias dimensões", refere a antiga ministra francesa das Finanças.
A presidente o BCE frisou a necessidade de a regulação ter de "abordar o risco das interligações [entre ecossistema cripto e sistema financeiro tradicional], através da exposição das instituições financeiras a criptoativos".
Lagarde não esqueceu as finanças descentralizadas (DeFi) e os empréstimos colateralizados por cripto, os quais se ainda encontram fora do MiCA, e lembrou que esta supervisão deve ser "acompanhada por uma clareza na regulação das atividades de concessão de empréstimos e de 'staking'".
Bancos devem assegurar provisões
O ecossistema cripto não é, contudo, o único risco para as finanças europeias. Lagarde aproveitou ainda o seu discurso para falar sobre o impacto do "enfraquecimento das perspetivas económicas" na banca e deixou um apelo.
"Continua a ser importante que os bancos assegurem provisões adequadas e planeiem de forma prudente [a gestão] dos seus próprios fundos", referiu a presidente do BCE.
Acrescentou que os bancos "devem estar atentos ao risco de crédito e permanecer em alerta face a possíveis falhas dos modelos internos, à medida que o ambiente de risco cresce".
(Notícia atualizada às 12:59).
"Depois de atingir o pico em novembro de 2021, o preço da bitcoin caiu quase 75% no espaço de um ano. No mês passado assistimos ao colapso caótico da FTX", começou por referir a líder francesa.
As declarações de Lagarde surgem após os avisos de vários responsáveis do Banco Central Europeu BCE, incluindo o governador italiano Fabio Panetta, terem alertado para o perigo dos criptoativos e para o potencial deste mercado ser uma "bolha".
"Os decisores políticos, incluindo as autoridades macroprudenciais, devem avaliar cuidadosamente se e como é que o ecossistema cripto deve ser regulado", considera Lagarde, destacando o papel de "vanguarda" da Europa que está na fase final do processo legislativo do regulamento sobre criptoativos (na sigla inglesa MiCA).
A responsável vê como fundamental a rápida implementação do MiCA para "preencher as lacunas, de forma a que seja dada uma estrutura consistente para a emissão de criptoativos e prestação de serviços na UE".
Ainda assim, a regulação agora em curso "é apenas o primeiro passo", ressalva. "Do ponto de vista da estabilidade financeira, a regulação pode ser reforçada através de várias dimensões", refere a antiga ministra francesa das Finanças.
A presidente o BCE frisou a necessidade de a regulação ter de "abordar o risco das interligações [entre ecossistema cripto e sistema financeiro tradicional], através da exposição das instituições financeiras a criptoativos".
Lagarde não esqueceu as finanças descentralizadas (DeFi) e os empréstimos colateralizados por cripto, os quais se ainda encontram fora do MiCA, e lembrou que esta supervisão deve ser "acompanhada por uma clareza na regulação das atividades de concessão de empréstimos e de 'staking'".
Bancos devem assegurar provisões
O ecossistema cripto não é, contudo, o único risco para as finanças europeias. Lagarde aproveitou ainda o seu discurso para falar sobre o impacto do "enfraquecimento das perspetivas económicas" na banca e deixou um apelo.
"Continua a ser importante que os bancos assegurem provisões adequadas e planeiem de forma prudente [a gestão] dos seus próprios fundos", referiu a presidente do BCE.
Acrescentou que os bancos "devem estar atentos ao risco de crédito e permanecer em alerta face a possíveis falhas dos modelos internos, à medida que o ambiente de risco cresce".
(Notícia atualizada às 12:59).