A bitcoin alcançou mínimos de dois meses e as ações das empresas ligadas ao mercado cripto derraparam, após a Silvergate Capital – a empresa-mãe do banco "crypto-friedly" Silvergate Bank ter anunciado que vai fechar portas.

A bitcoin segue a cair 1,83% para 21.130,57 dólares, renovando mínimos de meados de 20 de janeiro.

No mercado acionista, a plataforma de criptomoedas Coinbase, que na semana passada cortou relações com a Silvergate, afunda 8,62% para 57,58 dólares, caindo para mínimos de 14 de fevereiro.

Por sua vez a mineradora Riot Blockchain tomba 9,84%, enquanto a Marathon Digital derrapa 7,84%.

No epicentro desta crise, a Silvergate Capital mergulha 20,37%. Desde o início deste ano, a "holding" já afundou 72% em bolsa este ano, 95% nos últimos 12 meses.

Esta queda tem alimentado o sentimento dos "short-sellers". Atualmente, quase 85% do "free float" é alvo de posições a descoberto, de acordo com a S3 Partners.

Os movimentos destes ativos ocorrem depois de esta quarta-feira a Silvergate Capital ter anunciado o que era mais temido pelo mercado: o fim das operações e a liquidação do seu banco – o principal credor de plataformas e outras entidades cripto. 

O plano de liquidação prevê o reembolso de todos os depósitos custodiados no banco. 

A Silvergate foi brutalmente atingida pela queda da plataforma FTX. Em janeiro, a instituição explicou que o aumento dos levantamentos a obrigou a vender milhares de milhões de dólares em ativos para equilibrar as contas. No último trimestre, a Silvergate Capital registou um prejuízo de cerca de mil milhões de dólares.

A 4 de março, a Silvergate Capital anunciou o fim da sua rede de pagamentos cripto, a Silvergate Exchange Network, depois de vários clientes, incluindo a Coinbase, se terem afastado devido ao clima de incerteza sobre a capacidade de liquidez e solvência. Esta rede permitia que tanto investidores como plataformas de criptomoedas pudessem transacionar ativos de forma rápida e segura.

Esta decisão foi tomada dois dias depois de a empresa ter informado o regulador financeiro norte-americano de que não iria conseguir apresentar os resultados anuais na data previamente agendada e de que estava a ponderar se conseguia continuar a manter a atividade.

Desde este anúncio, as ações da Silvergate Capital caíram quase 10%, ampliando-se para uma queda de quase 85% desde novembro do ano passado, quando a FTX pediu proteção contra credores.  

A Silvergate Capital é a empresa-mãe do Silvergate Bank, um banco dedicado desde 2013 ao universo dos criptoativos, sendo focado na alavancagem de clientes institucionais e empréstimos a estas entidade e na prestação da referida rede de pagamentos, que entretanto foi descontinuada.