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Volume de empréstimos de alto risco na Europa mais que duplica até agosto. BCE está a avaliar

O montante de "leveraged loans" concedidos até agosto já é mais do dobro do que foi registado o ano passado. O JPMorgan é o campeão dos empréstimos de alto risco. O BCE está a avaliar quanto devem os bancos colocar de lado para cobrir o risco deste tipo de operações.

JPMorgan sobe valor das perdas na banca de investimento para 4,4 mil milhões
02 de Setembro de 2024 às 14:11
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Os empréstimos de alto risco concedido pelos bancos de investimento na Europa estão a crescer a olhos vistos na Europa, numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) faz as contas para tentar quantificar o montante de reservas que deve ser exigido a estas instituições financeiras, de forma a neutralizar o risco implícito destas operações.

Entre janeiro e agosto, os bancos de investimento emprestaram 204 milhões de euros. É mais do dobro do que no mesmo período do ano passado, e o segundo montante mais elevado numa década, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.

Mas porque emprestam os bancos dinheiro a clientes endividados ou com alta probabilidade de endividamento? A resposta está no preço. Este tipo de crédito implica a cobrança de "spreads" bastante elevados (face aos empréstimos ditos comuns), além de estarem por norma indexados a taxa variável e concederem um poder amplo a instituições financeiras de alteração contratual, durante o período em que vigora este tipo de acordos entre banco e cliente.

O norte-americano JPMorgan é o que mais dinheiro empresta a clientes de alto risco, seguido do Goldman Sachs, BNP Paribas e Deutsche Banks. Todos os bancos de investimento que exercem esta atividade na Zona Euro estão à espera das contas do BCE, menos o Goldman Sachs.

O banco central – que já classificou esta avaliação como "extremamente importante – quer entender quanto é que deve ser exigido a este tipo de instituições de margem de manutenção para este tipo de operações. E o valor não tem sido consensual.

Inicialmente, o supervisor queria que o valor total de reservas chegasse aos 13 mil milhões de euros, mas a equipa do BCE que está a trabalhar neste tema está a tentar reduzir este valor para os sete mil milhões de euros, de acordo com fontes próximas do processo, contactadas pela Bloomberg há mais de uma semana.

A agência salienta que este montante não está fechado e que esta redução reflete a melhoria da carteira de empréstimos de alto risco até junho do ano passado, data limite estipulada para que os bancos de investimento entregassem os seus números, de forma a permitir ao BCE fazer as contas.

Por outro lado, esta redução do montante que deverá ser exigido às instituições surge depois de também terem havido várias reclamações por alguns "players" do setor, que criticaram o facto de este montante estar a ser calculado por funcionários do BCE e consultores, e não por profissionais envolvidos na atividade da banca de investimento, de acordo com fontes com conhecimento do assunto, citadas pela Bloomberg.

O BCE não pode forçar os bancos a constituir provisões, mas se as instituições financeiras não disserem "sim" à diretriz do supervisor poderão ter de deduzir estes montantes ao capital, o que reduz a margem de manobra dos bancos de utilizar dinheiro para várias tarefas como para pagar dividendos.

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