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Três quartos dos intermediários atuam só no crédito ao consumo

A maioria dos intermediários atua no âmbito do setor automóvel. São menos de 7% os intermediários que atuam só no âmbito do crédito à habitação.

Tiago Sousa Dias
10 de Abril de 2019 às 17:30
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Os intermediários de crédito têm um peso expressivo no crédito ao consumo. De todos aqueles que se registaram junto do Banco de Portugal, no ano passado, 75% atua com exclusividade neste segmento. E o financiamento para a compra de casa é pouco expressivo, revela o Relatório de Supervisão Comportamental, publicado esta quarta-feira.
 
No ano passado, o Banco de Portugal recebeu 5.329 pedidos de autorização para o exercício da atividade de intermediário de crédito, dos quais 924 foram aprovados e 128 recusados. A grande maioria destes pedidos de autorização (2.191) foram apresentados no mês de dezembro.
 
"A maior parte dos interessados solicitou autorização para atuar exclusivamente no âmbito do crédito aos consumidores (75,1%), sendo que cerca de 25% dos interessados pretende atuar no âmbito do crédito à habitação e hipotecário, dos quais cerca de 18% em exclusividade", frisa o relatório do supervisor. O mesmo documento adianta ainda que a exclusividade no crédito à habitação foi solicitada apenas por 6,9% dos intermediários.
 
Além disso, 46,3% dos intermediários que pediram autorização estão relacionados com a venda e reparação de automóveis, 22,2% com a atividade imobiliária e 15,6% com o comércio a retalho.
 
"Os interessados em exercer a atividade de intermediário de crédito estão distribuídos pelo território nacional, embora haja uma maior concentração no litoral do continente, com especial incidência em Lisboa e no Porto, distritos de domicílio ou sede de 38,8% dos interessados que apresentaram pedido de autorização em 2018", acrescenta o supervisor.
 
O Banco de Portugal explica ainda que, olhando para os registos de 2018, em média, cada uma das 23 instituições mutuantes que recorre a intermediários de crédito nos empréstimos ao consumo celebrou contratos de vinculação com 100 intermediários de crédito. E, cada das 13 instituições mutuantes que recorre a intermediários de crédito para a comercialização de crédito à habitação, em média, celebrou contratos de vinculação com 25 intermediários de crédito.
 
Segundo o Banco de Portugal, "a atividade de intermediação de crédito em Portugal tem conhecido um desenvolvimento significativo nos últimos anos, desempenhando atualmente um papel relevante no funcionamento do mercado de crédito". Em 2017, os intermediários de crédito foram responsáveis pela comercialização de 45,4% do total de contratos de crédito ao consumo. "Entre 2015 e 2017, a importância dos intermediários de crédito na comercialização de contratos de crédito aos consumidores cresceu seis pontos percentuais", frisa o supervisor.
 
"No âmbito do crédito automóvel, a intervenção dos intermediários de crédito é, aliás, preponderante, tendo comercializado 90,9% dos contratos celebrados em 2017", conclui o Banco de Portugal.
 
Os intermediários de crédito são "pessoas singulares ou coletivas que, apesar de não estarem autorizadas a conceder crédito, intervêm no processo de comercialização de contratos de crédito", explica o Banco de Portugal. Desde o início de 2018, que estes intermediários têm que solicitar o pedido de registo junto do supervisor.
 
Este processo suscitou algumas dúvidas junto dos intermediários. O Relatório de Supervisão Comportamental adiantou que, no ano passado, foram respondidos 791 pedidos de informação sobre o acesso à atividade de intermediário de crédito e as regras que regem o seu exercício.
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