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Crédito concedido para comprar casa cai pela primeira vez em dez anos

Foram celebrados no ano passado uma média de 8.358 contratos de crédito à habitação por mês com um montante global de 1.131 milhões de euros ao longo do ano passado.

Embora o investimento direto estrangeiro tenha diminuído, o investimento em imobiliário continua a subir.
João Cortesão
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O crédito concedido em novos contratos para comprar casa caiu em 2023, pela primeira vez em dez anos. A quebra acontece "ainda num contexto de aumento das taxas de juro de referência", revela o relatório de acompanhamento dos mercados de crédito relativo a 2023, divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Foram celebrados em 2023 uma média de 8.358 contratos de crédito à habitação por mês, com um montante global de 1.131 milhões de euros no acumulado do ano. O número de novos contratos de crédito à habitação e o montante inicial concedido diminuíram, respetivamente, 14,4% e 13,9% em relação a 2022.

O Banco de Portugal ressalva, contudo, que "esta evolução foi contrariada apenas no quarto trimestre do ano, período em que quer o número de novos contratos quer o montante inicial de crédito concedido aumentaram, respetivamente, 15,9% e 16,2% em comparação com o trimestre homólogo".

No final do ano, as instituições financeiras tinham em carteira 1,35 milhões de contratos de crédito à habitação, com um saldo em dívida de 98,7 mil milhões de euros, respetivamente menos 9,5% e menos 2,2% do que em 2022.

A par de as famílias terem pedido menos crédito no ano passado, também "dispararam os reembolsos antecipados e as renegociações", segundo o BdP. O número de reembolsos antecipados subiu 74,4% em relação a 2022, e o montante total amortizado cresceu 64,6%. Em 2023, foram realizados 247.601 reembolsos antecipados (parciais ou totais) no crédito à habitação, com um montante global de 11,2 mil milhões de euros. 

As renegociações resultantes de alterações contratuais subiram 271,6% em número e 300,8% em valor. Durante o ano, ocorreram 154.071 renegociações, correspondentes a um montante total renegociado de 17 mil milhões de euros.

"O crescimento dos reembolsos antecipados e das renegociações poderá ter sido incentivado pela vigência de legislação que suspendeu temporariamente a cobrança de comissões de reembolso antecipado em contratos de crédito para habitação própria permanente com taxa variável", indica o relatório.

Já no que diz respeito ao mercado de crédito aos consumidores, houve um crescimento, mas menos pronunciado do que em anos anteriores. Foram celebrados, em média, 132.854 novos contratos de crédito aos consumidores por mês, no montante global de 638 milhões de euros. O número de contratos celebrados cresceu 1,9% em relação a 2022. O montante de crédito concedido aumentou 0,8%, superando, pela primeira vez, o valor pré-pandemia.

O montante concedido cresceu 7,4% no crédito automóvel e 4,0% no crédito "revolving". No crédito pessoal, o montante concedido diminuiu 5%, depois de ter aumentado 25,7% no ano anterior. O montante médio dos contratos no crédito pessoal foi de 6.700 euros (7.000 euros em 2022) e no crédito automóvel foi de 15.100 euros (14.800 euros em 2022). O montante médio dos contratos de crédito revolving manteve-se estável nos 1.500 euros.

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