O crédito malparado voltou a aumentar, em Janeiro, para 8,57% dos empréstimos concedidos, num movimento que é justificado por duas questões. Por um lado o valor total do crédito vencido aumentou efectivamente, ao mesmo tempo que o saldo dos empréstimos diminuiu, o que faz com que a percentagem do malparado aumente, uma vez que a base de crédito é menor.

No total, os bancos têm em carteira 17,9 mil milhões de euros em incobráveis, segundo os dados estatísticos revelados esta terça-feira, 10 de Março, pelo Banco de Portugal.

Deste bolo total, a maior fatia é da responsabilidade das empresas, cujo crédito malparado ascende a 12,5 mil milhões e corresponde a 14,65% do total dos financiamentos concedidos. As famílias são responsáveis por 5,3 mil milhões, o que representa 4,35% do total dos empréstimos a particulares.

O crédito malparado atinge assim novos recordes em todos os segmentos. A excepção é o crédito ao consumo que está estável nos 10,72% há três meses e que, em Janeiro, diminuiu efectivamente o valor do crédito vencido. Contudo, o montante total de empréstimos também diminuiu, o que acabou por anular o impacto.

Já no crédito à habitação o malparado atingiu os 2,48% do total de financiamento, enquanto nos outros fins (que inclui educação, energia e empresários por conta própria) subiu para 15,89%.