Mario Draghi voltou a cortar a taxa de depósitos e reviu em baixa a taxa de referência e a taxa de financiamento, aumentando ainda o programa de compra de activos para 80 mil milhões de euros por mês. Os estímulos, superiores ao esperado pelo mercado, pressionaram de imediato o euro - a moeda única recuou mais de 1,61%. Mas já inverteu a tendência de queda e segue agora a valorizar. Está a subir 1,06% para 1,113 dólares.

A moeda única chegou já a avançar um máximo de 1,25% para 1,1137 dólares, o valor mais elevado desde 19 de Fevereiro. A impulsionar o euro estará o aviso de Draghi, que considerou que as medidas apresentadas esta quinta-feira, 10 de Março, são suficientes, indicando que não pretende voltar a intervir. A forte queda logo após o anúncio do BCE pode ter ainda levado os investidores com apostas na queda do euro a fechar as posições curtas, motivando a subida da cotação.

O euro chegou a recuar um máximo de 1,61% para 1,0822 dólares, a maior queda intradiária desde Novembro, após serem reveladas as novas medidas. O BCE cortou a sua taxa de juro de referência para 0%, tendo ainda baixado a taxa dos depósitos dos actuais -0,3% para -0,4% e a taxa de refinanciamento para 0,25%. O programa de compra de activos subiu de 60 mil milhões para 80 mil milhões de euros por mês. As expectativas dos analistas apontavam para um aumento das compras de activos para 70 mil milhões ou 75 mil milhões de euros.

Também as bolsas europeias abrandaram o ritmo de subida. O Stoxx 600, o índice de referência europeu que reúne as 600 maiores cotadas, sobe 0,31%, tendo já avançado um máximo de 2,51%, na sessão. As obrigações europeias, especialmente dos países da periferia da Zona Euro também apreciaram, levando à queda dos juros. A taxa das obrigações portuguesas a 10 anos está a cair 12,7 pontos base para 3,034%.