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Centeno vê euro a disputar estatuto de moeda de reserva com o dólar

O ministro português das Finanças participou enquanto líder do Eurogrupo no Fórum Económico Mundial de Davos, onde defendeu que a moeda única europeia pode, passo a passo, robustecer-se e aspirar atingir o estatuto do dólar enquanto divisa de reserva de referência a nível internacional. Mário Centeno defende ainda um sistema cambial multipolar.

23 de Janeiro de 2020 às 18:20
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Mário Centeno acredita que o euro está cada vez mais forte e que pode, no futuro, aspirar a disputar com o dólar o estatuto de moeda de referência internacional.

Num debate realizado esta quinta-feira, 23 de janeiro, no Fórum Económico Mundial de Davos, que contou também com a participação de Paulo Guedes, ministro brasileiro das Finanças, e de Gita Gopinath, economista-chefe do Fundo  Monetário Internacional, o líder do Eurogrupo começou por salientar que, apesar de o euro ser "uma moeda muito nova", já "teve de provar muito nos primeiros anos da sua existência".

"Podemos hoje dizer que sobreviveu", acrescentou o também ministro português das Finanças para quem as reformas já feitas, bem como aquelas ainda em curso, com vista ao aprofundamento da integração na Zona Euro irão tornar o euro cada vez mais robusto.

No que diz respeito aos trabalhos ainda em curso, Centeno apontou a conclusão da união bancária, a reforma do Mecanismo Europeu de Estabilidade e a criação de um instrumento orçamental no seio do euro como determinantes para a divisa comunitária se afirmar no mundo cambial.

No entanto, o governante português considera que, mais do que uma competição pela supremacia entre moedas, um sistema cambial "multipolar" é aquele que oferece maiores garantias de segurança e estabilidade.

Seja como for, Centeno admite que ainda há muito trabalho a ser feito e que serão necessários muitos "pequenos passos" até o euro atingir o patamar pretendido. E para a moeda única europeia aspirar a tornar-se uma divisa de reserva de referência e ombrear com o dólar enquanto mecanismo de financiamento das economias europeias, o líder do Eurogrupo reconhece que serão necessários "vários acordos" entre os países-membros da Zona Euro.

"Mas está no nosso horizonte avançar com este debate. O papel internacional do euro é uma coisa muito importante para nós. A confiança é a chave neste jogo", sustentou Mário Centeno mostrando-se convicto de que a Europa "pode desempenhar esse papel".

Em suma, "se o euro se tornar mais robusto, a sua atratividade será maior" e pode assumir um "papel mais relevante".

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