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ING inicia cobertura de EDP com recomendação de «manter»
A ING Barings iniciou a cobertura da EDP com a atribuição de um «preço alvo» de 3,10 euros (622 escudos), emitindo uma recomendação de «manter» para as acções da eléctrica, devido ao seu potencial de valorização «limitado».
O «preço alvo» avançado pela ING incorpora um potencial de valorização de 11,5% para os títulos da empresa liderada por Francisco Sanchéz, tendo em conta a cotação dos mesmos na sessão de hoje.
«A principal razão para esta recomendação é que a EDP tem um “upside” limitado», adiantou Javier Suarez, analista da ING Barings, em declarações ao Negocios.pt, sublinhando que «temos também algumas preocupações sobre o valor da empresa», em termos fundamentais.
Segundo a mesma fonte, «o monopólio actual da EDP no mercado português não é sustentável», pelo que a empresa poderá sofrer no médio prazo as consequências da «esperada liberalização do sector eléctrico» nacional.
O analista da ING referiu que a este facto junta-se a questão da «regulação para o mercado português para o período de 2002/2004», cujas condições deverão ser anunciadas brevemente pela ERSE (Entidade Reguladora do Sector Eléctrico), havendo expectativa sobre «as novas tarifas» que entrarão em vigor para aquele período.
A mesma fonte adiantou que «preocupa-nos a exposição da EDP ao Brasil, já que a EDP é a “utillity” europeia com maior presença neste mercado», podendo sofrer as consequências da desvalorização do real, que já perdeu cerca de 20% face ao dólar desde o início desta ano, bem como da crise energética que afecta aquele país.
Francisco Sanchéz admitiu a semana passada que os resultados da EDP serão influenciados negativamente pela desvalorização do real no final do ano.
De acordo com o mesmo analista, a EDP «não é particularmente atractiva em comparação com as restantes eléctricas do Sul da Europa», uma situação agravada pelo facto do Estado português «ter uma “golden share” na EDP, o que retira potencial especulativo a este título».
O Estado é detentor de uma participação de cerca de 31% no capital social da maior eléctrica nacional.
Às 11h53, as acções da EDP cotavam nos 2,78 euros (557 escudos), registando uma desvalorização de 2,11%.