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Haitong: Compra da TVI será alvo de "constrangimentos regulatórios severos"

O banco de investimento espera a intervenção dos reguladores nos "termos das condições de acesso aos canais e conteúdos produzidos pela Media Capital, por parte dos outros operadores".

Miguel Baltazar
19 de Setembro de 2017 às 15:30
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O parecer desfavorável que a Anacom deu à concentração entre a Meo e a Media Capital reduz a possibilidade de o negócio seguir em frente.

 

A conclusão é da Haitong, que numa nota publicada esta tarde, comenta a decisão do regulador do sector das telecomunicações que foi conhecida esta manhã.

 

Apesar da posição da Anacom não ser vinculativa, "este parecer desfavorável, na nossa perspectiva, reduz a probabilidade de uma aprovação", refere o analista Nuno Matias.

 

O banco de investimento acredita que, mesmo que a operação de concentração seja aprovada, será sujeita a "constrangimentos regulatórios severos, nomeadamente nos termos das condições de acesso aos canais e conteúdos produzidos pela Media Capital, por parte dos outros operadores".

 

Para o Haitong, a parte mais relevante da decisão da Anacom está precisamente neste ponto, de o regulador advertir para a possibilidade de restrição no acesso aos canais e conteúdos da Media Capital, caso a empresa seja comprada pela Meo.

 

Desta forma, o banco assinala que a decisão da Anacom reforça a visão que já tinha que a fusão entre a TVI e a Meo não será uma ameaça para os restantes operadores.

 

"Este passo intermédio na análise regulatória contribui para a nossa perspectiva que, mesmo que tenha sucesso, o negócio não conduzirá a um resultado que, por exemplo, resulte numa deterioração da posição concorrencial dos outros operadores como a Nos, especialmente no acesso a conteúdos relevantes", acrescenta Nuno Matias.

 

O regulador acrescenta que a referência de 30% de quota de mercado mencionada nas orientações da Comissão Europeia sobre concentrações não horizontais, como é o caso desta que envolve a Media Capital e a Meo, é "ultrapassada em todos os mercados de comunicações electrónicas afectados".

 

Para destacar os elevados níveis de concentração que resultam desta operação, a Anacom assinala "que a operação envolve a Plural, a principal produtora de conteúdos televisivos em Portugal; o canal TVI, líder de audiências e principal espaço publicitário televisivo; a MEO, o operador de telecomunicações líder em vários mercados de comunicações electrónicas (com quotas de mercado acima dos 40%), a Sapo e a IOL, principais portais de Internet. 


Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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