O novo plano de negócios da Petrobras, parceira da Galp no Brasil, terá consequências limitadas nas metas de produção de médio prazo da empresa liderada por Carlos Gomes da Silva, sublinham os analistas do CaixaBI numa análise intitulada "A vida depois da Petrobras e os benefícios da integração".

Assim, nesta nota de "research", os analistas sublinham que a remodelação da carteira da Petrobras, incluindo no "upstream" [exploração e produção de petróleo], "é um dos riscos/oportunidades do actual cenário de investimento da Galp Energia".

Recorde-se que a Petrobras anunciou recentemente o seu novo plano estratégico até 2018, que prevê a venda de activos no valor de 15 mil milhões de dólares neste ano e em 2016. Ontem, 28 de Julho, Carlos Gomes da Silva disse que "a Petrobras é um parceiro extraordinário, dos melhores que poderíamos ter. É uma empresa de primeira linha na indústria".

"Com o projecto dos campos Lula/Iracema a continuar a ser uma prioridade para a Petrobras e com o desenvolvimento do Iara aparentemente assegurado, os principais pontos de interrogação estão nos campos de Carcará e Júpiter. Um desinvestimento da Petrobras nestes campos (…) abriria a porta para a Galp exercer os direitos de preferência de modo a aumentar as suas quotas minoritárias nestes campos", refere a análise do CaixaBI.

A nota de "research" salienta também "a excepcional performance das margens de refinação nos últimos dois trimestres" e espera que na segunda metade do ano a tendência possa ser replicada.

Tendo em conta estes factores e os resultados positivos reportados pela petrolífera nacional na segunda-feira, 27 de Julho, o CaixaBI mantém a recomendação de "comprar" para a Galp e sobe o preço-alvo de 12,20 para 12,70 euros – o que lhe confere um potencial de valorização de 23,2% face ao valor de fecho desta terça-feira, nos 10,305 euros.

O resultado líquido da petrolífera aumentou no primeiro semestre de 2015, de 115 milhões para 310 milhões de euros, divulgou a Galp Energia em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários. A subida dos lucros reflectiu, segunda a empresa, "a melhoria das margens de refinação na Europa".

Os números superaram as estimativas dos analistas do CaixaBI, que apontavam para um lucro de 288 milhões de euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.