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CaixaBank BPI: Mercado preferia ver a Sonae reduzir exposição aos centros comerciais e não o contrário
O CaixaBank BPI considera que o reforço da Sonae no capital da Sonae Sierra é estrategicamente negativa, mas imaterial em termos de avaliação da cotada.
O reforço da Sonae no capital da Sonae Sierra é "estrategicamente negativo" para a empresa liderada por Cláudia Azevedo, pois acontece numa altura em que este setor enfrenta "desafios de longo prazo".
A opinião é do CaixaBank BPI, que ainda assim salienta que este reforço é "imaterial" em termos de avaliação da Sonae e a Sonae Sierra "tem ativos de primeira qualidade, como é percetível pelas elevadas taxas de ocupação".
Foi na sexta-feira, já depois do fecho da sessão, que a Sonae anunciou que vai reforçar a sua posição na Sonae Sierra, subsidiária que agrega os centros comerciais do grupo, de 70% para 80%, num investimento de 82,16 milhões de euros.
"Pensamos que o mercado preferia ver a Sonae a diminuir a exposição aos centros comerciais e não o contrário", comentam os analistas do CaixaBank BPI, lembrando que o parceiro da Sonae na Sierra tem mais opções de venda que podem ser exercidas nos próximos anos, "o que pode levantar questões sobre a alocação de capital da Sonae no futuro".
O banco acrescenta que o desconto de 11% sobre o NAV [valor líquido dos ativos] da Sonae Sierra, que foi utilizado nesta transação, "pode não ser um bom indicador do valor futuro destes ativos". Uma tendência de queda que pode ainda ser intensificada se os juros continuarem a subir, alerta.
Ainda assim, os cálculos do CaixaBank BPI apontam para que este negócio tenha um impacto negativo de apenas 1% na avaliação da Sonae. O banco tem um preço-alvo de 1,10 euros para a Sonae, com um recomendação de neutral.
As ações da Sonae somam 0,66% para 0,6875 euros.