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CaixaBank: Ações da Jerónimo Martins podem subir quase 30% com evolução positiva na Polónia e Colômbia
O banco de investimento estima que o crescimento das vendas na Polónia deve acelerar devido ao pacote de estímulos à economia.
O CaixaBank BPI melhorou a avaliação das ações da Jerónimo Martins, numa nota de research de tom bastante positivo para a retalhista portuguesa. A recomendação continua a ser de "comprar".
Este otimismo é visível logo no título da nota de research, que é inspirado numa conhecida música dos Queen: "Don’t stop me now".
Os analistas José Rito e Guilherme Macedo Sampaio citam uma série de notícias com potencial impacto positivo na atividade da Jerónimo Martins: o "breakeven" na Hebe (lojas de artigos de saúde na Polónia) será atingido este ano; as perdas na Colômbia devem descer 20 a 25%; o pacote de estímulos económicos a implementar pelo governo polaco vai aumentar o consumo no país e a limitação da abertura das lojas ao domingo no país deverá diminuir.
O impacto mais forte vem da Polónia, que é o principal mercado da Jerónimo Martins. O BPI aumentou a estimativa para as vendas comparáveis da empresa na Polónia numa média de 3% ao ano entre 2019 e 2021.
As perspetivas mais favoráveis para a Hebe e a Ara (na Colômbia) representam uma melhoria de 22 a 26 milhões de euros no EBITDA da Jerónimo Martins este ano. O CaixaBank BPI destaca que estes negócios darão um "contributo interessante" para os lucros no médio prazo. Assinala que a Colômbia ainda deverá ter um peso negativo de 17% no lucro por ação deste ano, estimando-se que o "breakeven" seja atingido em 2021.
São estes fatores positivos que explicam a melhoria na avaliação das ações, que subiu de 15,75 euros para 16,50 euros, um preço-alvo que representa um potencial de subida de 28,5%.
Na nota de research a que o Negócios teve acesso, o CaixaBank BPI nota que as ações da Jerónimo Martins já subiram 28% este ano (acima do ganho de 18% do setor europeu). Inspirado na música dos Queen, o banco acredita que as ações da Jerónimo Martins também não vão parar de subir.
Os títulos transacionam agora com um prémio de 5% face ao setor, o que compara com a média de 17% nos últimos 10 anos. Para o CaixaBank BPI, a aceleração do crescimento das vendas na Polónia e a redução das perdas nos novos negócios "são os catalisadores para as ações" no curto prazo.
A Roménia deverá ser o próximo mercado da Jerónimo Martins, tendo o CEO da companhia afirmado que a entrada neste país acontecerá dentro de dois anos. "Pensamos que os investidores preferiam ver a Jerónimo Martins alavancar o seu balanço com uma aquisição na Colômbia. Ainda assim, reconhecemos o potencial de longo prazo do mercado de retalho alimentar na Roménia", referem os analistas do CaixaBank BPI.
As ações da Jerónimo Martins caem 0,23% para 12,84 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.