Notícia
BPI vai cortar estimativas para a Corticeira Amorim após "resultados abaixo do esperado"
A subida dos preços das matérias-primas está a penalizar as contas da Corticeira Amorim e a tendência deverá continuar em 2019, estima do BPI. As acções sobem devido ao dividendo extraordinário.
Os resultados que a Corticeira Amorim apresentou antes da abertura da sessão de hoje, referentes aos primeiros nove meses do ano, ficaram abaixo do esperado pelos analistas do BPI, que na nota de research de análise às contas admitem voltar a cortar as suas estimativas para a empresa.
A empresa fechou os primeiros nove meses deste ano com um resultado líquido de 58,6 milhões de euros, valor que representa um crescimento de 4% face aos 56,4 milhões de euros registados no período homólogo. As vendas aumentaram 9,8% para 583,8 milhões de euros e o EBITDA cresceu 2,9% para 108,4 milhões de euros.
Tendo como referência o terceiro trimestre, o BPI diz que o EBITDA ficou 8% abaixo do que estava à espera, "reflectindo a franca rendibilidade na principal divisão da empresa (matérias-primas e rolhas)". Nesta unidade a margem EBITDA desceu 1,82 pontos percentuais para 21,8%.
O BPI já recentemente tinha revisto em baixa as suas previsões para o EBITDA da Corticeira, para reflectir o impacto do agravamento dos preços das matérias-primas, mas admite agora que "o desempenho registado no terceiro trimestre poderá levar a um novo corte na previsão do EBITDA".
Os analistas concluem que "a subida dos preços das matérias-primas continua a penalizar o desempenho operacional e esperamos que os resultados de 2019 voltem a deteriorar-se" devido a esta tendência.
Os lucros do terceiro trimestre ficaram 9% abaixo do esperado e a dívida líquida situou-se em 105 milhões de euros, já acima dos 84 milhões de euros que o BPI estima para o final deste ano.
O BPI tem uma recomendação de "neutral" para as acções da Corticeira Amorim, com um preço-alvo de 12 euros.
Acções sobem
Apesar dos resultados terem saído abaixo do esperado, as acções da Corticeira Amorim seguem em alta na bolsa portuguesa, com um ganho de 2,08% para 9,80 euros. No acumulado do ano os títulos desvalorizam 4,5%.
Este desempenho positivo deverá estar relacionado com o facto de a empresa ter anunciado que vai propor em assembleia geral o pagamento este ano de um dividendo extraordinário de 8,5 cêntimos por acção.