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Analistas: Venda da REN pela EDP com impacto neutral na eléctrica mas positivo para a REN

Os analistas consideram que a venda de 3,5% da REN por parte da EDP não terá grande impacto na eléctrica, mas poderá ser benéfica para a REN, já que aumenta o seu “free-float”.

A REN  comprometeu-se com uma política de pagar um dividendo ilíquido de 0,171 euros por acção. Esse montante equivale a uma taxa de retorno de 6,34%, tendo em conta a cotação de fecho de sexta-feira, 28 de Abril, das acções da empresa liderada por Rodrigo Costa.
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A EDP vendeu mais de 18 milhões de acções da empresa de transporte de energia. Estes títulos correspondem a 3,5% do capital da REN e a 9,4% do actual "free float" da empresa liderada por Rodrigo Costa. As acções foram vendidas a 2,74 euros, o que levou a que a eléctrica liderada por António Mexia encaixasse 51,2 milhões de euros.

 

Esta participação era, na perspectiva do BPI, "uma posição financeira com um interesse estratégico limitado para a eléctrica."

 

Quanto ao momento da venda, os analistas do BPI salientam que "a acção da REN tem tido um desempenho errático nos últimos meses e, provavelmente, isto foi o que levou à decisão de venda."  

 

A alienação foi feita "quase sem desconto" face ao valor de fecho das acções da REN na última sessão e a EDP terá "feito um ganho de capital de cerca de 25 milhões de euros" com a operação. Um ganho que o BPI considera que "não terá impacto nos resultados deste ano". O "impacto na alavancagem também deve ser imaterial", acrescentam os analistas.

 

O analista da Haitong, Jorge Guimarães, considera que este negócio é "neutral e imaterial para a EDP, já que representa aproximadamente apenas 0,5% do valor de mercado da EDP."

 

Em relação à REN, o BPI considera que esta venda pode ser positiva para a empresa liderada por Rodrigo Costa "já que a liquidez da acção pode aumentar caso os títulos sejam colocados entre investidores institucionais."

 

"O ‘free-float’ deverá aumentar dos actuais 37,2% para mais de 40% e o impacto na liquidez deve ser positivo."


A liquidação desta operação "terá lugar a 30 de Junho de 2017, através da entrega das acções contra o pagamento do respectivo preço à EDP", refere o comunicado emitido ontem ao final do dia.

A saída da EDP do capital da REN acontece antes de a empresa de transporte de energia avançar com um aumento de capital no valor de 250 milhões de euros para comprar a EDP Gás por um valor total de 532 milhões de euros.

Apesar da EDP não ser obrigada a participar neste aumento de capital da REN, esta operação iria acabar por provocar a diluição da participação da eléctrica na REN.

A REN pertenceu ao grupo EDP até ano 2000, quando o Governo de António Guterres separou as duas empresas, antes da quarta fase de privatização da EDP. O Estado português passou então a deter 70% da REN, com o restante capital a ficar nas mãos da EDP. Esta participação de 30% começou a ser reduzida em 2006 quando a EDP vendeu 15% aos então accionistas da REN: Oliren, Gestmin e Logoenergia.

Esta operação foi realizada através de uma colocação particular das acções, tendo a JB Capital Markets sido a entidade a realizar a operação ("sole bookrunner"). 


A EDP já não detinha direitos de voto na REN, depois do regulador ERSE ter imposto este remédio de forma a certificar a REN como operador da rede nacional de transporte de electricidade e de gás natural.

Numa primeira fase, a ERSE decidiu certificar a REN, por considerar que a participação da EDP na REN não constituía um obstáculo à sua certificação. A Comissão Europeia, no entanto, "chumbou" a decisão preliminar por considerar que não estavam verificadas todas as condições de separação de actividade. Bruxelas exigia assim que ou a EDP saía do capital da REN, ou perdia os direitos de voto, se optasse por ficar.

Numa segunda fase, a ERSE decidiu atribuir a certificação provisória à REN, ficando a certificação definitiva sujeita ao cumprimento das 11 condições, as "quais foram integralmente cumpridas" pela distribuidora.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

 

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