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EDP encaixa 51,2 milhões com venda de 3,5% da REN
A EDP vendeu toda a sua posição na REN por 51,2 milhões de euros. A operação vai ser liquidada na próxima sexta-feira.
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As acções foram vendidas a 2,74 euros por título, um valor em linha com a actual cotação da empresa liderada por Rodrigo Costa (2,747 euros).
A liquidação desta operação "terá lugar a 30 de Junho de 2017, através da entrega das acções contra o pagamento do respectivo preço à EDP", refere o mesmo comunicado.
As acções que a EDP vendeu da REN representam mais de 9% do total do "free float" actual da empresa liderada por Rodrigo Costa.
A EDP salienta que "esta é uma participação financeira" não sendo um "activo estratégico", diz fonte oficial da eléctrica ao Negócios.
"Este é um processo natural que dá seguimento à estratégia que tem vindo a ser adoptada nos últimos anos", afirma a EDP, apontando para a redução progressiva da participação na REN ao longo dos últimos anos.
A saída da EDP do capital da REN acontece antes da empresa de transporte de energia avançar para um aumento de capital no valor de 250 milhões de euros para comprar a EDP Gás por um valor total de 532 milhões de euros.
Apesar da EDP não ser obrigada a participar neste aumento de capital da REN, esta operação iria acabar por provocar a diluição da participação da eléctrica na REN.
A REN pertenceu ao grupo EDP até ano 2000, quando o Governo de António Guterres separou as duas empresas, antes da quarta fase de privatização da EDP. O Estado português passou então a deter 70% da REN, com o restante capital a ficar nas mãos da EDP. Esta participação de 30% começou a ser reduzida em 2006 quando a EDP vendeu 15% aos então accionistas da REN: Oliren, Gestmin e Logoenergia.
Esta operação foi realizada através de uma colocação particular das acções, tendo a JB Capital Markets sido a entidade a realizar a operação ("sole bookrunner").
A EDP actualmente já não detinha direitos de voto na REN, depois do regulador ERSE ter imposto este remédio de forma a certificar a REN como operador da rede nacional de transporte de electricidade e de gás natural.
Numa primeira fase, a ERSE decidiu certificar a REN, por considerar que a participação da EDP na REN não constituia um obstáculo à sua certificação. A Comissão Europeia, no entanto, "chumbou" a decisão preliminar por considerar que não estavam verificadas todas as condições de separação de actividade. Bruxelas exigia assim que, ou a EDP saía do capital da REN, ou perdia os direitos de voto, se optasse por ficar.
Numa segunda fase, a ERSE decidiu atribuir a certificação provisória à REN, ficando a certificação definitiva sujeita ao cumprimento das 11 condições, as "quais foram integralmente cumpridas" pela distribuidora.
As acções da REN terminaram o dia a descer 1,12% para 2,747 euros.