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Wall Street animada com conversações comerciais e tentativa de se evitar "shutdown"

As bolsas dos EUA encerraram em alta, a subirem mais de 1%, animadas pelo otimismo reinante em duas frentes: a evolução das negociações comerciais entre os EUA e a China e a tentativa de fechar um financiamento federal que impeça uma nova paralisação dos serviços públicos do país a partir de sábado.

12 de Fevereiro de 2019 às 21:10
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O Dow Jones encerrou esta terça-feira a somar 1,49% para 25.425,76 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 1,29% para 2.744,73 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite registou uma subida de 1,46% para 7.414,62 pontos.

 

As bolsas do outro lado do Atlântico regressaram assim a terreno de ganhos expressivos, animadas pelo plano de financiamento da segurança fronteiriça dos EUA delineado ontem por quatro congressistas (dois democratas e dois republicanos), na expectativa de que seja aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Representantes e que receba também luz verde do presidente Donald Trump.

 

Devido à falta de acordo para o orçamento federal, parte dos serviços públicos do país ficaram sem dinheiro, pelo que foram paralisados durante 35 dias, de 22 de dezembro a 18 de Janeiro – dia em que Trump e o Congresso chegaram a acordo para pôr fim ao "shutdown" pelo menos durante três semanas (até 15 de fevereiro).

 

O acordo foi conseguido através de um financiamento temporário que permitiu a normalização dos serviços públicos enquanto prosseguem as negociações sobre como garantir a segurança da fronteira dos EUA com o México.

 

Trump ameaçou impor novo "shutdown" a partir dessa data se não lhe dessem o dinheiro que pretende para a construção do muro. O chefe da Casa Branca tem insistido em que seja pelo Congresso (Senado e Câmara dos Representantes) um pacote de 5,7 mil milhões de dólares para o muro que quer construir ao longo da fronteira com o México.

 

Donald Trump tem continuado decidido a usar o seu poder de veto sobre qualquer lei de financiamento federal aprovada no Congresso que não contemple o dinheiro que pretende para o referido muro.

 

Mas hoje o chefe da Casa Branca veio dizer que, apesar de não estar satisfeito com o plano delineado na noite passada, considera improvável um novo "shutdown", o que aliviou os mercados.

 

Os quatro congressistas que ontem estiveram reunidos anunciaram ter chegado a um "acordo de princípio" para o financiamento da segurança fronteiriça.

 

Esse acordo prevê, segundo fontes citadas pela Reuters, um pacote de 1,37 mil milhões para nova vedação ao longo de 90 quilómetros na fronteira entre os EUA e o México – mas essa vedação só pode ser construída com o desenho atualmente vigente, como os pilaretes de aço. Esse dinheiro será também canalizado para instalações de retenção de imigrantes, com camas suficientes para quem espera uma possível deportação.

 

Em resposta, a mensagem de Trump, apesar de não apontar para nova paralisação dos serviços governamentais, foi dúbia: "não creio que assistamos a um ‘shutdown’. Se isso acontecer, será culpa dos democratas".

 

Trump reiterou recentemente que poderia, por lei, recorrer ao estado de emergência nacional para aceder ao dinheiro que diz precisar para construir o muro ao longo da fronteira com o México. Mas os próprios republicanos já advertiram o presidente que uma medida dessa natureza poderá constituir um grande problema em termos jurídicos.

 

Entretanto, os investidores continuam também atentos à frente das conversações comerciais entre os EUA e a China, na esperança de que as duas partes consigam um entendimento até ao final do mês. E hoje surgiram sinais positivos.

 

Ontem foram retomadas as conversações comerciais entre as duas maiores economias do mundo e esta terça-feira o secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, e o Representante dos EUA para o Comércio, Robert Lighthizer, chegaram a Pequim em antecipação das negociações de alto nível agendadas para finais desta semana.

 

As cotadas mais sensíveis à evolução comercial – especialmente, neste caso, as que vão buscar boa parte das suas receitas às vendas para a China – estiveram a negociar em alta, com destaque para a Boeing, Caterpillar e 3M.

 

Foi em inícios de dezembro passado, durante a cimeira do G20 em Buenos Aires (Argentina), que os dois países selaram uma trégua de 90 dias, entre 1 de dezembro e 1 de março, que suspende as taxas alfandegárias dos Estados Unidos sobre os produtos chineses e as sobretaxas impostas pela China a viaturas e peças automobilísticas fabricadas nos Estados Unidos.

 

Entretanto, Trump admitiu hoje que, se os dois países estiverem próximos de um acordo, o prazo de 1 de março pode resvalar ligeiramente de forma a permitir que se feche esse entendimento.

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