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Tecnológicas arrastam Wall Street para maior queda desde Fevereiro

As bolsas norte-americanas encerraram em forte baixa, a registarem as piores descidas desde Fevereiro, pressionadas sobretudo pelo sector tecnológico. Um mês de Outubro com nuvens negras, a fazer jus à fraca performance de um mês que é conhecido por "crashes" bolsistas de grande envergadura.

Reuters
10 de Outubro de 2018 às 21:11
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O índice industrial Dow Jones fechou a cair 3,15% esta quarta-feira, para 25.598,74 pontos (mínimos de 16 de Agosto). Perdeu 832 pontos nesta sessão, perfurando o patamar dos 26.000 pontos.

Já o Standard & Poor’s 500 recuou 3,29% para 2.785,68 pontos, o que corresponde a mínimos de três meses. Nesta quinta jornada consecutiva em baixa, o índice marcou a mais longa série de descidas desde Novembro de 2016 - quando Donald Trump foi eleito presidente dos EUA.


Desde Fevereiro que nem o Dow Jones nem o S&P 500 caíam tanto numa só sessão.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite afundou 4,08% para 7.422,05 pontos. Foi o seu pior dia em sete anos.

  

O mês de Outubro é conhecido pelos famosos ‘crashes’ bolsistas. Além disso, neste mês os mercados costumam marcar o fundo das fases de correcção para, em teoria, começarem a recuperar posições com olhos postos na recta final do ano e no tão falado ‘rally da época natalícia’. Mas, por agora, não há luz ao fundo do túnel – especialmente neste dia de razia nos mercados em todo o mundo.

 

Uma vez mais, foram as tecnológicas que mais mossa fizeram em Wall Street. Na segunda-feira tinha sido o sector mais castigado, ontem recuperou fôlego mas foi sol de pouca dura, com cotadas de peso a caírem mais de 4%.

 

As FAANG - Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google [detida pela Alphabet] – cederam todas terreno, com o Facebook, a Google e a Apple a recuarem mais de 4%, a Netflix a mergulhar mais de 8% e a Amazon a afundar mais de 6%. Também a Microsoft caiu bastante, a ceder mais de 5%.

 

A performance das tecnológicas voltou assim a ser pressionada pelo menor interesse dos intervenientes de mercado.

 

A subida dos juros da dívida soberana nos EUA e o aumento dos juros directores pelo banco central têm estado a fazer com que os investidores fujam das cotadas do sector tecnológico, explicou esta semana à CNN Money o CEO da Independent Advisor Alliance, Chris Zaccarelli.

 

"Sempre que vemos as taxas subirem de forma rápida, é habitual vermos as tecnológicas sofrerem com isso", explicou o estratega. "À medida que as pessoas começam a ficar mais preocupadas com o mercado accionista em geral, começam a sair das áreas de mercado com maior risco", justificou.

 

Zaccarelli explicou que os investidores vêem as tecnológicas como activos de longo prazo. Quando os custos de financiamento sobem, os investidores vêem o seu retorno mais distante, pelo que se viram para sectores mais seguros, como as ‘utilities’ (água, luz, gás) e bens de primeira necessidade.

 

Os juros da dívida soberana dos EUA a 10 anos têm vindo a subir fortemente, sobretudo no prazo a 10 anos (tendo atingido máximos de sete anos e meio), o que influencia os custos de financiamento, incluindo o crédito à habitação, empréstimos para o carro e taxas dos cartões de crédito.

 

As "yields" estão a subir devido aos bons dados económicos dos EUA que têm vindo a ser divulgados. Com efeito, os mais recentes indicadores continuam a evidenciar uma robustez da economia norte-americana, o que reforça a perspectiva de novos aumentos dos juros por parte da Reserva Federal – contribuindo este cenário para a subida das taxas de juro associadas aos títulos soberanos da maior economia mundial.

 

Esta subida dos juros acaba por ter repercussão no custo de financiamento das empresas – que, ao aumentar, tende a ter impacto negativo nos lucros das mesmas, o que também leva os investidores a terem menos apetite pelo mercado accionista em geral.

 

A valorização das "yields" da dívida norte-americana ocorre por via do menor investimento em obrigações, já que os investidores não sentem tanta necessidade de procurar este activo-refúgio pelo facto de não verem tantos riscos para a economia.

 

Também o sector industrial esteve a pesar na sessão desta quarta-feira, num contexto de receios em torno do impacto da guerra comercial entre os EUA e a China. A Boeing e a Caterpillar perderam perto de 3%.

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