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Sell-off nos EUA é correcção "não muito surpreendente", dizem autoridades financeiras

Fundo Monetário Internacional, Reserva Federal e secretário de Estado do Tesouro norte-americanos: todos concordam que a quebra em Wall-Street, que está a contagiar os mercados mundiais, não passa de uma correcção natural.

11 de Outubro de 2018 às 10:14
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A maior quebra em Wall-Street desde Fevereiro está a ser encarada com naturalidade por autoridades como a Fed, o secretário do Tesouro americano e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O facto de existir uma espécie de correcção tendo em conta quanto o mercado tem subido não é particularmente surpreendente", afirmou Steven Mnuchin (na foto), o secretário de Estado do Tesouro americano, em declarações à Bloomberg. "As bases da economia americana continuam a ser extremamente fortes, penso que é por isso que o mercado de capitais tem tido um desempenho tão bom", reconfortou Mnuchin. 

Já Christine Lagarde, a directora geral do FMI, afirmou que "existem altos e baixos" e sublinhou que os mercados accionistas nos Estados Unidos têm mantido níveis "extremamente altos". Adereçando as causas, apontou para uma "situação sem precedentes" que conta com as políticas proteccionistas aplicadas por Trump às quais se soma um aperto monetário pela Fed. "É a combinação das duas que está a evidenciar algumas das tensões" vividas nos mercados, avançou.

Contudo, a líder do FMI considera "inevitável" que a Reserva Federal opte por uma política monetária contracionista tendo em conta a situação próspera da economia. 

A Fed, que foi apontada como culpada do caos nos mercados por Trump, adoptou a mesma postura de relativizar os recentes  movimentos nas acções. "Não vou deixar que o mercado de capitais a alterar-se por si próprio vá influenciar a minha visão sobre a economia", afirmou Raphael Bostic, presidente da Fed em Atlanta. Evans, responsável da mesma instituição em Chicago, declarou que "nada aconteceu" nas últimas semanas que alterasse a sua visão acerca da estabilidade financeira, considerando "razoável" a situação actual da economia.

Esta quarta-feira Trump voltou a criticar as políticas do banco central dos EUA, um comportamento inédito na história das várias presidências da maior economia do mundo. "Gosto de taxas de juro baixas", assinalou Trump, destacando que a inflação está controlada, pelo que não percebe por que razão "é necessário ir tão rápido na subida das taxas de juro". 

"A Fed está a cometer um erro. Eles são tão tacanhos. Penso que a Fed endoideceu", declarou já depois do encerramento dos mercados, sem atribuir qualquer responsabilidade sobre a guerra comercial que lançou e que coloca as duas maiores economias do mundo em disputa - os EUA e a China. Contudo, o presidente norte-americano também subscreveu a tese de que os mercados estão apenas a atravessar uma fase de correcção. 
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