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S&P tem perspectiva negativa sobre BPI por antecipar mudanças accionistas

O fim da oferta lançada pelo CaixaBank traz uma perspectiva negativa ao capital do BPI. Poderá haver mudanças na estrutura dentro de 18 meses. Angola é um ponto central no "rating", segundo a óptica da Standard & Poor’s.

23 de Junho de 2015 às 11:45
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O Banco BPI pode ter mudanças na estrutura accionista nos próximos 18 meses. É essa a expectativa da Standard & Poor’s. E é esse o motivo para que a agência de notação financeira tenha uma perspectiva negativa sobre a classificação de risco da instituição financeira.

 

"A perspectiva negativa sobre o BPI reflecte o risco de uma mudança na propriedade depois do falhanço dos planos do CaixaBank para aumentar a sua participação no banco", assinala a entidade num comunicado publicado a 22 de Junho.

 

O "rating" do banco presidido por Fernando Ulrich encontra-se em "BB-", considerado o terceiro nível de investimento especulativo. Desde que foi lançada a oferta pública de aquisição pelo CaixaBank, estava sob uma possível evolução. Foi retirada dessa vigilância agora que os catalães desistiram da oferta, por não terem conseguido cumprir uma condição da oferta (desblindar os estatutos). Agora, o "rating" do banco está em perspectiva negativa, o que aponta para uma diminuição da classificação de risco numa futura revisão. 

 

Até aqui, a estrutura accionista, liderada pelo CaixaBank e pela Santoro de Isabel dos Santos, tem sido "estável". A S&P tem receios de que tal possa mudar, com a desistência do banco do La Caixa – o banco anunciou que está a analisar as suas opções relativamente à participação de 44,1% no BPI. 

 

"Na nossa perspectiva, isto poderá levar a uma redução parcial da posição do CaixaBank no BPI nos próximos 18 meses, particularmanete devido aos últimos meses, em que as diferenças de opinião entre os principais accionistas relativas à direcção estratégica do banco tornaram-se evidentes", assinala a nota assinada pelo analista António Rizzo.

 

Com a desistência da OPA sobre o BPI, e com a "análise" feita pelo CaixaBank ao que vai fazer à sua participação, fica aberto o caminho para a solução defendida pela segunda maior accionista do BPI, Isabel dos Santos. A empresária angolana, que responde por cerca de 18% do capital, quer promover uma fusão entre o BPI e o BCP, de forma a criar o maior banco do sistema financeiro nacional. Uma operação que ainda ninguém confirmou, oficialmente, estar a analisar. 

 

O peso de Angola

 

Além disto, há uma incerteza em relação ao Banco de Fomento de Angola, o BFA, onde o BPI tem 50,1% do capital. Uma indefinição que resulta da decisão do Banco Central Europeu obrigar à diminuição da exposição a Angola.

 

"Sabemos que o banco tem várias opções em cima da mesa, incluindo a venda parcial da sua posição no BFA ou a venda da totalidade da participação em Angola. Isto acabará por conduzir o banco à perda das vantagens resultantes da sua diversificação geográfica", indica o comunicado. A S&P também considera que, perdendo o controlo daquela subsidiária, "o perfil de risco do banco pode deteriorar-se". 

CaixaBank com manutenção de "rating

As acções do BPI estão a subir 2,74% para 1,20 euros. Na OPA, o CaixaBank oferecia 1,329 euros por cada título do banco português. Já o banco espanhol ganha 0,40% para 4,473 euros.  

O CaixaBank viu o seu "rating" ser mantido em "BBB", o segundo nível em que a S&P aconselha investimento. A perspectiva é estável, com a agência norte-americana a explicar que as melhorias económicas em Espanha não são suficientes para garantir uma subida substancial do seu perfil de risco. 

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