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Sonae Indústria perde 76% em duas sessões
As acções da empresa de aglomerados de madeira continuam a aproximar-se do valor de 1 cêntimo a que serão emitidos os novos títulos no aumento de capital. Hoje, terminaram nos 8,3 cêntimos.
Foram duas sessões em que as acções da Sonae Indústria perderam 76% do seu valor. Primeiro, na sexta-feira, a queda de 49%, depois a desvalorização de 54%, esta segunda-feira. Tudo por conta do anúncio do aumento de capital.
As acções da empresa caíram esta segunda-feira, 3 de Novembro, para os 8,3 cêntimos. Um valor que compara com os 35,3 cêntimos a que os títulos negociavam na quinta-feira, antes de ser divulgado o preço das novas acções que serão emitidas na operação: 1 cêntimo. Na sessão, chegaram a ceder aos 5 cêntimos.
Esta foi a segunda sessão mais agitada de sempre para a empresa liderada por Rui Correia. Trocaram de mãos mais de 5 milhões de títulos, acima da média de 264 mil títulos transaccionados diariamente.
Os investidores estão a ajustar a cotação da empresa ao preço a que serão emitidas as novas acções, mesmo antes de estas entrarem no mercado. Subscrever uma nova acção da empresa de aglomerados de madeira custará 1 cêntimo. Há 107,1428571428571 novas acções por cada uma que já existe. Os actuais accionistas vão receber um direito de subscrição que vai permitir subscrever as novas acções, tendo em conta este rácio. Este direito é transaccionável e pode ser alineado a outros investidores.
Os accionistas podem optar por manter a sua posição no capital da Sonae Indústria mas, para isso, terão de investir nas novas acções. Caso não adquiram os novos títulos, os já accionistas verão a sua posição no capital diluída. E a diluição será significativa: neste momento, há 140 mil acções representativas do capital; serão emitidas mais 15 mil milhões.
"É intenção da Sonae Indústria dar início a este aumento de capital no mais breve prazo possível, após aprovação do respectivo prospecto pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e a publicação do aviso para o exercício de direitos de subscrição e do prospecto, nos termos da legislação aplicável", indica a empresa. Só depois se conhecerão os dias em que a operação se vai realizar.
Com a concretização da operação, podem ser executados dois acordos que vão permitir à empresa de aglomerados de madeira refinanciar dívida. Em função do sucesso do aumento de capital, o montante a refinanciar é de entre 300 e 325 milhões de euros. A operação pretende arrecadar até 150 milhões de euros sendo que metade do valor será assegurado pela Efanor, de Belmiro de Azevedo, que tem neste momento 51% da empresa e vai investir para manter essa posição percentual.