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Sodim compra mais ações da Semapa e fica com 83,2% dos direitos de voto

A "holding" da família Queiroz Pereira adquiriu mais 324.533 ações da Semapa, entre 11 e 15 de junho, e ficou com 83,2% do capital da empresa, que continua assim cotada no PSI-20.

Bruno Colaço
15 de Junho de 2021 às 21:22
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A Sodim procedeu à compra de mais ações da Semapa, nas sessões de 11 de junho e de ontem e hoje, informou em comunicado à CMVM a"holding" da família Queiroz Pereira. Terminou assim o período para o efeito, sem que a Sodim chegasse a 90% do capital da Semapa, pelo que a empresa vai continuar cotada em bolsa.

 

Segundo o documento, no dia 11 de junho a Sodim adquiriu em bolsa 29.799 acções representativa de 0,037% do capital social da Semapa, no arranque desta semana comprou mais 29.758 acções (0,037% do capital social) e hoje mais 264.965 acções –que correspondem a 0,326% do capital social da empresa liderada por João Castello Branco (na foto).

 

Estas compras, que ascenderam a 324.522 ações, foram todas realizadas a 11,66 euros por ação (o mesmo preço que tiveram na OPA), pelo que a Sodim desembolsou 3,7 milhões de euros no total destas operações.

 

Depois do resultado da OPA, a empresa tinha já adquirido em bolsa 100 acções, no dia 8 de junho, representativas de 0,0001% do capital social da Semapa, e no dia seguinte comprou mais 49.936 acções – representativas de 0,061% do capital social.

 

Uma vez que hoje era o último dia para estas compras, já depois da OPA, a Sodim informou, num outro comunicado, que "entre o dia 8 de junho e o dia 15 de junho, ambos inclusive, adquiriu, ao abrigo da ordem, 374.558 ações representativas do capital da Semapa, que acrescem às ações adquiridas durante a oferta, representando assim, no seu conjunto, um adicional de 10,054% dos direitos de voto da Semapa relativamente à data do lançamento da oferta".

 

Em consequência, o número de ações representativas do capital social da Semapa imputável à "holding" da família Queiroz Pereira (por conta da Sodim e Cimo) é de 66.468.323, correspondentes a 81,787% do capital e direitos de voto – sendo de 83,221% a percentagem dos direitos de voto não suspensos.

 

No passado dia 7, aquando do anúncio dos resultados da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Sodim sobre o capital que não detinha na Semapa, ficou a saber-se que a "holding" da família Queiroz Pereira tinha ficado com menos de 83% da empresa.

 

A Sodim, que já tinha abdicado do limite de alcançar os 90% da Semapa para que a oferta – que decorreu entre os dias 27 de abril e 4 de junho – tivesse sucesso, acabou mesmo por ver falhar o seu objetivo e a possibilidade de avançar com a saída de bolsa da empresa de pasta e papel.

 

A Sodim passou a deter 81,326% do capital da Semapa (66.093765 ações, representativas de 82,752% dos direitos de voto), após a OPA, segundo os resultados da operação. Dos 22.831.666 títulos que eram objeto da oferta, apenas 7,878%, ou 6.402.799 ações, tiveram ordens de venda. Contudo, a família conseguiu ainda reforçar a sua posição através de compras no mercado. Durante o período da oferta, a Sodim adquiriu 1.252.632 ações em bolsa, o equivalente a 1,541% do capital.

 

Contas feitas, entre aquisições em bolsa e na OPA, a família conseguiu reforçar a sua posição em 9,419%, ficando a controlar perto de 83% dos direitos de voto da empresa, acima dos 73,167% que detinha antes da oferta, mas longe da meta que pretendia alcançar: 90% dos direitos de voto.

 

À data do anúncio do lançamento da oferta, a 18 de fevereiro, a Sodim controlava 71,906% do capital, direta e indiretamente, correspondendo a 73,167% direitos de voto. 

 

Apesar deste resultado da oferta, a Sodim reiterou que não desistia do seu objetivo: "Com este resultado a Sodim regista com satisfação a adesão à oferta de cerca de 36% do ‘float’ da Semapa (e mais de 55% das ações necessárias para atingir o seu objetivo de 90% dos direitos de voto)", reagiu a família em comunicado.

 

A família disse que continuaria a comprar ações em bolsa ao preço da oferta (11,66 euros) a quem pretendesse vender.

 

A associação de pequenos investidores Maxyield levantou dúvidas sobre a legalidade destas transações após o fim do período da OPA, acusações que levaram a uma reação da "holding" da família Queiroz Pereira e dos intermediários financeiros envolvidos na operação – com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários garantiu que a Sodim poderia continuar a comprar ações da Semapa em bolsa até dia 15 de junho.

 

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