A Semapa conseguiu convencer os investidores que representam 51,31% do capital sujeito à oferta de troca de acções a participarem na operação. Desta forma, a empresa de Pedro Queiroz Pereira não conseguirá retirar a Semapa da bolsa, nem tão pouco avançar com uma oferta potestativa pelo restante capital da cotada nacional.

Pedro Queiroz Pereira propôs aos investidores da Semapa que trocassem as acções da empresa por títulos da Portucel. Mas conseguiu apenas atrair 24.864.477 acções da empresa, segundo os dados divulgados esta terça-feira, 28 de Julho, através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em contrapartida, os investidores receberam 84.539.108 acções da Portucel. Desta forma, a Semapa possui agora cerca de 80,2 milhões de acções da cotada, representativas de 10,45% do capital.

Considerando a Semapa vai extinguir as acções compradas na oferta, a empresa passará a ter um capital social representado por 81.645.523 acções. Desta forma, a Sodim irá controlar 71,087% do capital da Semapa. Sem a extinção destas acções, 77,84% do capital ficaria nas mãos de Pedro Queiroz Pereira, quando antes da operação detinha apenas 54,49%. 

Assim, a empresa não tem os 95,44% do capital da Semapa que seriam necessários para avançar com uma oferta potestativa pelo restante capital. Ou seja, uma vez que mais de 22% do capital da cotada está ainda disperso, esta vai continuar na bolsa de Lisboa.

Estes resultados marcam o fim de uma oferta de troca de acções que foi anunciada a 25 de Maio, mas que só começou a 6 de Julho e terminou a 24 do mesmo mês. Uma operação que foi marcada pelo risco de a Semapa abondonar o PSI-20, o que deixaria o principal índice nacional com um número de empresas inferior ao permitido pelos regulamentos, ou seja, 17 cotadas.