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SAG dispara mais de 5% após OPA. Pereira Coutinho paga 1 milhão para chegar a 100%
O empresário terá de gastar pouco mais de 1 milhão de euros para passar a controlar 100% do capital da SAG.
As ações da SAG estão em alta na bolsa, refletindo a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo seu maior acionista, João Pereira Coutinho, após o fecho da sessão de terça-feira.
Os títulos disparam 5,96% para 6,04 cêntimos, ainda abaixo da contrapartida da OPA, que é de 6,15 cêntimos. Esta subida eleva o ganho anual da SAG para 20,4% e a capitalização bolsista da companhia para 10,2 milhões de euros.
Apesar da subida de hoje das ações, a contrapartida oferecida pelo empresário situa-se bem abaixo dos valores a que a SAG transacionava em 2018. Há precisamente um ano as ações apresentavam uma cotação que era mais do dobro da atual, sendo que os títulos foram perdendo valor à medida que eram publicadas notícias sobre as dificuldades financeiras registadas pela SAG.
João Pereira Coutinho já controla 80% do capital da SAG e 88,86% dos direitos de voto, pelo que a oferta incide apenas sobre pouco mais de 10% do capital da empresa, que tem em carteira quase 10% do capital em ações próprias.
Assim, para comprar as cerca de 17 milhões de ações da SAG que não controla, Pereira Coutinho terá de desembolsar pouco mais de 1 milhão de euros.
O objetivo de chegar aos 90% dos direitos de voto não está distante, pelo que Pereira Coutinho deverá depois avançar para a retirada de bolsa companhia.
Esta operação surge no âmbito da venda da atividade do setor automóvel por parte da SAG, que chegou a acordo para alienar a SIVA à Porsche Holding, a maior distribuidora automóvel da Europa e detida na totalidade pela Volkswagen.
Este negócio foi concretizado por 1 euro e pressupõe um perdão de dívida da SIVA à SAG e dos bancos credores a estas duas companhias.
De acordo com o comunicado, o PER das duas companhias contempla um acordo extrajudicial que prevê que os créditos subordinados da SIVA e de outras sociedades do grupo sobre a SAG, no montante total de 253,2 milhões de euros, "serão integralmente extintos por remissão".
O Banco Comercial Português, o Banco BPI, a Caixa Geral de Depósitos e o Novo Banco aceitaram assim apoiar o PER da SAG e da SIVA e efetuar um perdão de dívida de pelo menos 116 milhões de euros às duas companhias.
Também na terça-feira a SAG anunciou que fechou o exercício de 2018 com um resultado líquido negativo de 179,6 milhões de euros, depois de ter registado uma imparidade de 152 milhões de euros.