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Receios de guerra comercial regressam. Investidores optam pela dívida e Wall Street cai

As bolsas norte-americanas regressaram às quedas, com excepção do Nasdaq, num dia em que os receios de uma guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros voltaram a intensificar-se, o que fez subir os juros da dívida e desviou assim muitos investidores das acções para as obrigações.

EPA
07 de Março de 2018 às 21:08
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O Dow Jones encerrou a ceder 0,33% para 24.801,36 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,05% para 2.726,86 pontos.

 

Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite avançou 0,33% para se fixar nos 7.396,65 pontos, animado por cotadas como o Facebook, Intel e Micron Technologies.

 

Nas duas últimas sessões, cresceu a convicção de que o presidente norte-americano, Donald Trump, não avançaria com a imposição de tarifas alfandegárias sobre o aço e alumínio, sendo antes uma ferramenta de negociação com o Canadá e México para que fizessem cedências e assinassem um novo Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA).

 

No entanto, hoje regressaram os receios de que essas tarifas à importação de aço e alumínio sigam mesmo em frente, o que penalizará também a economia norte-americana, como advertiu o FMI, com a União Europeia a avançar que retaliará com medidas semelhantes.

 

Esta situação fez com que os juros das obrigações norte-americanas do Tesouro voltassem a subir, tornando o mercado obrigacionista mais atractivo para os investidores do que o accionista.

 

Além disso, Trump elevou as pressões contra a China. A administração norte-americana está a ponderar restringir os investimentos chineses em solo americano e aplicar mais taxas alfandegárias aos produtos chineses que entrem nos EUA. 

 

Wall Street ressentiu-se e voltou assim às perdas. "Não são apenas as tarifas, mas todas as mudanças na Casa Branca… tudo isso está a afectar o sentimento do mercado no curto prazo", comentou à Reuters o principal estratega de investimento da Northwestern Mutual Wealth Management, Brent Schutte.

Por outro lado, a saída de Gary Cohn, principal assessor económico de Donald Trump, continuou hoje a ser um dos assuntos em foco. Cohn saiu por estar contra as medidas proteccionistas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos e isso teve grande relevância: é que Cohn, nos 14 meses que esteve ao serviço do presidente, foi um dos artífices da reforma fiscal implementada nos EUA.

Cohn tem uma mentalidade ‘pró-comércio’ e ‘pró-empresarial’ e era considerado um contrapeso na Casa Branca que poderia moderar as políticas proteccionistas de Trump. Chegou mesmo, recorde-se, a estar entre os nomes pensados para suceder a Janet Yellen nas rédeas da Fed.

 

No entanto, perto do final da sessão, as bolsas norte-americanas conseguiram reduzir as perdas, depois de a Casa Branca ter vindo dizer que o Canadá e o México, e possivelmente outros países, poderão ser isentados destas tarifas sobre o aço e o alumínio, com base na segurança nacional.

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