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PT SGPS regista maior queda de sempre em bolsa

As acções da Portugal Telecom atingiram um novo mínimo histórico na sessão em que registaram a queda diária mais acentuada de sempre. A evolução negativa da Oi e as buscas conduzidas pela PJ justificam o comportamento.

Pedro Elias/Negócios
07 de Janeiro de 2015 às 17:01
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Foi uma sessão de recordes negativos para a Portugal Telecom SGPS. As acções registaram a maior queda diária de sempre e atingiram o valor mais baixo de sempre.

 

Os títulos acompanharam a tendência fortemente negativa registada na última sessão pela Oi e foram penalizadas pelas buscas realizadas pela Polícia Judiciária na terça-feira, que podem ter como reflexo mais imediato o adiamento da assembleia geral marcada para segunda-feira.

 

As acções fecharam a cair 19,48% para 65,3 cêntimos, naquela que é a maior variação negativa de fecho de sempre. A anterior de maior dimensão ocorreu a 9 de Outubro de 2014, quando as acções recuaram 12,91%.

 

Durante a sessão de hoje os títulos chegaram a cair 20,84% para 64,2 cêntimos, a cotação mais baixa de sempre da empresa que está cotada em bolsa há mais de 20 anos. Tendo em conta as variações intra-diárias a PT já teve sessões em que chegou a recuar mais do que hoje.

 

Esta prestação negativa surge depois de ontem a Polícia Judiciária ter efectuado buscas na sede da PT SGPS para recolher informação sobre a relação da empresa com a Rioforte e devido a queixas formuladas pela CMVM, que quer garantir que o relatório de auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC), concluído há um mês, lhe é entregue e que o mesmo é conhecido antes da Assembleia Geral da PT SGPS. De acordo com o Diário Económico, esta reunião marcada para 12 de Janeiro e que irá votar a venda da PT Portugal à Altice poderá mesmo ser adiada devido a este caso.

 

"As buscas realizadas na empresa e o risco de adiamento da assembleia geral para aprovar a venda da PT Portugal à Altice estão gerando algum clima de desconfiança e exercendo pressão vendedora sobre a PT SGPS", disse à Reuters Sérgio Vieira, operador da Orey Financial em Lisboa.

 

A PT SGPS esteve também a acompanhar o movimento de quedas acentuadas da Oi. A cotada brasileira fechou a sessão de ontem a cair 16,7% para 6,46 reais, atingindo desta forma um novo mínimo histórico. Hoje já estiveram a descer 1,07% para 6,48 reais.

 

Face ao mínimo histórico que atingiram esta quarta-feira, as acções da PT SGPS estão a menos de metade da contrapartida oferecida na OPA da Terra Peregrin (1,35 euros), que a empresária angolana decidiu retirar uma vez que a CMVM obrigou a companhia a oferecer um preço mínimo que corresponde à média em seis meses.

 

PT vale menos que o Banif

 

Desde o arranque de 2015 a PT SGPS já recua mais de 25% em bolsa, prolongando o ano de quedas acentuadas que registou o ano passado. Foi sobretudo o investimento de 900 milhões de euros na Rioforte que motivou a queda de 73% nas acções da PT SGPS no ano passado.

 

Mas a tendência negativa da cotada na bolsa dura há mais tempo. 2014 foi o quinto ano consecutivo de perdas para a PT na bolsa. Se na década passada a companhia chegou a ser avaliada em bolsa acima dos 10 mil milhões de euros, hoje vale apenas uma pequena parte desse valor.

 

Tendo em conta o mínimo da sessão, a capitalização bolsista da PT SGPS baixou hoje para 629 milhões de euros, ficando abaixo do Banif no "raking" das cotadas mais valiosas do PSI-20. O banco está avaliado em 715 milhões de euros (incluíndo o valor das acções detidas pelo Estado).

 

Visto de outra maneira, no índice português que actualmente é composto por 18 empresas só há 4 cotadas que valem menos que a PT: Impresa, Teixeira Duarte, Mota-Engil e Altri.    

 

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