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Plano de reestruturação não convence. Deutsche Bank perde 8% esta semana

Os títulos do banco alemão voltam a desvalorizar na sessão desta terça-feira, numa altura em que os investidores duvidam das metas inscritas no plano de reestruturação que foi apresentado este domingo.

Deutsche Bank AG
Krisztian Bocsi/Bloomberg
09 de Julho de 2019 às 13:06
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O plano de reestruturação anunciado pelo Deutsche Bank este domingo chegou a animar os investidores no arranque desta semana, mas o sentimento positivo dá agora lugar às dúvidas em torno das metas de lucro que foram estabelecidas. Esta terça-feira, os títulos do banco alemão voltam a negociar em queda e, desde que o plano foi anunciado, as ações já acumulam uma desvalorização superior a 8%.

As ações do Deutsche Bank chegaram a derrapar mais de 6% esta manhã, aliviando agora as perdas para 2,38%, a negociar nos 6,574 euros por ação. Isto depois de, na segunda-feira, já terem caído 5,9%, naquela que foi a maior desvalorização dos últimos cinco meses. Assim, desde o início desta semana, os títulos do banco alemão já acumulam uma perda de 8,13%, face à cotação de fecho da passada sexta-feira.

A justificar este movimento, apontam os analistas, está o ceticismo dos investidores quanto ao plano de reestruturação apresentado pelo presidente executivo do Deutsche Bank, Christian Sewing. O plano, que terá um custo de 7,4 mil milhões de euros, prevê que o banco abandone o negócio de venda e negociação de ações, que, no ano passado, rendeu à instituição 1,96 mil milhões de euros. A banca de investimento também será reduzida e o Deutsche Bank passará a focar-se nos clientes empresariais alemães, fusões e aquisições, banca privada e gestão de ativos. Já a força de trabalho será reduzida em 18 mil postos de trabalho até 2022.

O objetivo passa por chegar a 2020 com lucros, ou, pelo menos, a atingir o "break even". Mas o próprio diretor financeiro do banco admitiu, na segunda-feira, que há "uma incerteza significativa nesta estimativa", uma dúvida que está a criar nervosismo entre os investidores.

"O risco de execução parece mais elevado do que esperávamos inicialmente, tendo em conta os obstáculos à obtenção de capital", comenta Anke Reingen, analista da RBC Capital Markets, citado pela Bloomberg. O plano do Deutsche Bank "parece ter pouca margem para erro", acrescenta.

Já o Citigroup considera ser "altamente improvável" a meta de um lucro antes de impostos na ordem dos 6 mil milhões de euros em 2022, considerando que o plano prevê a perda de receitas com a eliminação de várias áreas de negócio.
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