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Deutsche Bank: Regresso aos lucros em 2020 é “incerto”
O Deutsche Bank vai implementar um plano de reestruturação que passará pela eliminação de 18 mil postos de trabalho e por custos que superam os 7 mil milhões de euros. 2019 será marcado por prejuízos. Já as perspetivas para 2020 são incertas.
O Deutsche Bank anunciou no domingo um plano de reestruturação para recuperar as operações do banco, numa altura em que a instituição tem apresentado prejuízos consecutivos e dificuldade em reposicionar-se no mercado. O plano apresentado assume que este ano será de prejuízos, já que os custos associados ascendem a 7,4 mil milhões de euros.
Sobre o futuro, o administrador financeiro, James von Moltke, deixou claro esta segunda-feira que há uma grande incerteza. O objetivo é chegar a 2020 e atingir o "break even" ou apresentar lucros, mas há "uma incerteza significativa nesta estimativa", assumiu o CFO do Deutsche Bank, citado pela Reuters.
As novas estimativas do banco apontam para que, em 2022, o Deutsche Bank reporte um lucro antes de impostos na ordem dos seis mil milhões de euros, de acordo com o presidente executivo do banco, Christian Sewing, numa conferência, onde os dois responsáveis explicaram o plano aprovado ontem pelo conselho de administração.
O plano prevê que o banco abandone o negócio de venda e negociação de ações que, segundo a Reuters, rendeu à instituição 1,96 mil milhões de euros em receitas em 2018. O Deutsche Bank apesar de sair deste negócio prevê manter uma pequena operação no mercado de capitais.
A banca de investimento será também reduzida, focando-se a atividade nos clientes empresariais alemães, fusões e aquisições, banca privada e gestão de ativos. Sobre este plano, os responsáveis explicaram que o mercado americano, alemão e britânico continuam a ser chave para o futuro da instituição, mantendo-se o plano para uma nova sede em Londres.
Neste novo modelo, o Deutsche Bank prevê que as receitas provenientes da gestão de ativos atinjam os 2,5 mil milhões de euros em 2022, a banca de investimento deverá render 7,5 mil milhões e que o negócio de clientes empresariais deverá ascender a 7,5 mil milhões daqui a três anos.
As ações do banco chegaram a subir mais de 5%, mas já inverteram a tendência, seguindo a perder quase 1%, numa altura em que os investidores estão expectantes em relação à implementação do plano. Os analistas consultados pela Bloomberg realçam que o plano de reestruturação é mais amplo do que se previa, o que é positivo, mas os objetivos traçados parecem difíceis de atingir.