Está marcado para esta sexta-feira, 4 de Dezembro, o arranque da oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória do FC Porto sobre a sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD). O clube já registou a OPA junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), após a conclusão da avaliação por um auditor independente, que aceitou a contrapartida oferecida pelo clube: 65 cêntimos por acção.

A OPA obrigatória terá a duração de duas semanas. Arranca às 8h30 de amanhã e termina às 15h30 de 19 de Dezembro, último dia para a recepção das ordens de venda. Os investidores que quiserem cancelar uma ordem de venda de acções dada anteriormente podem fazê-lo até às 15h30 de 12 de Dezembro para comunicar essa decisão. Uma eventual oferta concorrente pode surgir até às 15h30 de 19 de Dezembro.

De acordo com o prospecto, "os valores mobiliários objecto da Oferta são 2.720.767 acções, correspondentes a

aproximadamente 12,09% do capital social e 18,14% dos direitos de voto da Sociedade Visada.". A contrapartida oferecida pelo clube é de 65 cêntimos por acção, 1,5% abaixo do valor de fecho dos títulos da SAD na Euronext Lisbon esta quinta-feira (66 cêntimos). 

Os resultados da oferta do clube liderado por Jorge Nuno Pinto da Costa são conhecidos a 22 de Dezembro, em sessão especial de bolsa, em hora a designar. O processo fica concluído no dia seguinte, a 23 de Dezembro, caso não seja apresenta uma proposta concorrente à do FC Porto.

O registo e publicação do prospecto da oferta ocorrem no dia seguinte à publicação do relatório do auditor independente pela CMVM para analisar a contrapartida oferecida pelo FC Porto sobre as acções da SAD.

De acordo com um comunicado do regulador, o auditor independente considera que "o valor da avaliação é inferior ao valor da oferta, de 0,65 euros por acção, previsto no anúncio preliminar".

A liquidez reduzida das acções da SAD do clube levou a CMVM a recorrer a um auditor para fixar o valor da contrapartida mínima a oferecer pelos títulos do clube na bolsa de Lisboa. A CMVM comunicou a 10 de Outubro que a oferta do clube, de 65 cêntimos por acção, presumia a "não equidade da contrapartida fixada".

A OPA obrigatória do FC Porto foi anunciada a 2 de Outubro. Neste dia, o clube passou a ser o accionista maioritário da SAD, com 62,26% do capital. Percentagem garantida após a compra da posição, de 18,79%, da Somague e da Somague Imobiliária, controladas pela espanhola Sacyr. Ao deter mais de 50% dos direitos de voto, o clube foi obrigado a lançar uma OPA sobre as restantes acções da SAD.

No entanto, já está garantido que os títulos da SAD do FC Porto não vão sair da bolsa. António Oliveira revelou que não vai vender a posição de 11,01%. "É minha intenção manter a participação detida ou quiçá aumentar a mesma", garantiu a 7 de Outubro o antigo seleccionador nacional ao Negócios. Ou seja, o clube não irá conseguir uma posição de 90% sobre a SAD, percentagem mínima para solicitar a saída de um título da bolsa. O outro accionista de referência, Joaquim Oliveira, através da Controlinveste, continua sem anunciar se vai alienar ou não a posição de 10,01% na SAD.