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CEO da ANA fala em ganho de produtividade de 8% ao ano desde 2013 na Portela

Em resposta às conclusões do Tribunal de Contas à concessão da ANA , o CEO da empresa defendeu que o aumento da produtividade também se mede pela redução dos custos totais em relação aos passageiros. Uma afirmação que levou Mário Ferreira a dizer que é "preciso acrescentar aos ganhos a paciência do utilizador". Sobre a escolha de Alcochete, não houve comentários.

Sérgio Lemos
14 de Maio de 2024 às 14:29
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Num dia em que a escolha da localização para o novo aeroporto tem marcado a agenda mediática, o CEO da ANA Aeroportos remete qualquer comentário para depois do anúncio oficial. Mas aproveitou para defender que o reforço do tráfego na Portela só foi possível devido ao investimento em inovação. E na sua intervenção num painel em que se debatia o aumento da produtividade, criticou as conclusões do relatório do Tribunal de Contas sobre o contrato de concessão e defendeu que este indicador também se mede pela redução de custos totais em relação aos passageiros.


Tendo em conta o contexto operacional "complexo" da Portela, sem espaço para crescer, com 99% dos "slots" [faixas horárias para aterrar e descolar] atribuídos, "conseguimos aumentar o tráfego em 100% com inovação", disse Thierry Ligonnière esta terça-feira na 3.º edição do Growth Forum da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa que decorreu na NOVA SBE Carcavelos.

Comentando as críticas do Tribunal de Contas ao contrato de concessão - que considerou que não salvaguardou o interesse nacional entre outras conclusões bastante críticas - defendeu que uma forma de medir a produtividade é olhar para os custos totais em relação aos pasageiros. "Passámos de 9,26 euros em 2013 para 4,53 euros. Isto traduziu-se num ganho de produtividade de 8% desde 2013", detalhou.

Logo de seguida, Mário Ferreira, que também participava no painel, pediu a palavra para fazer uma "crítica construtiva", como sublinhou. "É preciso a
crescentar aos ganhos a paciência do utilizador", disse o chairman e CEO da Mystic Invest Holding, gerando uma onda de gargalhadas na sala. "Quando houver um novo aeroporto e mais eficiente o utilizador terá uma boa experiência de utilização. Neste momento, é horrenda", acrescentou.

No final da conferência, instado pelo Negócios a comentar a escolha de Alcochete para o novo aeroporto, o CEO da empresa defensora da opção Montijo remeteu qualquer comentário para depois do anúncio oficial pelo Governo que irá acontecer esta terça-feira.

Os desafios da burocracia


Já no que toca aos obstáculos para o aumento da produtividade, criados pela burocratização dos processos, os dois gestores estão de acordo. "N
o caso da hotelaria, em Portugal é tudo burocrático. Um dos maiores problemas do país é ultrapassar este ambiente regulatório e questão do talento", referiu Mário Ferreira.

Sofia Tenreiro, partner Deloitte, também sublinhou a questão do aumento da emigração de jovens qualificados. E lembrando que 97% do tecido empresarial em Portugal são PME, apontou que "temos um atraso grande" em termos de liderança digital. Somos o 10º pior país da Europa", lamentou. Por isso, deixa o apelo: "as lideranças têm de ser ajudadas e aprender com o que de bom se faz lá fora".

 



 




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