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Mota-Engil perde mais de 4% após queda dos lucros trimestrais

A construtora perde terreno há quatro sessões consecutivas e acumula, neste período, uma queda superior a 9%.  A descida desta quarta-feira surge após a apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
20 de Maio de 2015 às 09:29
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Os títulos da Mota-Engil já caíram 5,02% para 2,745 euros, o valor mais baixo desde o início de Fevereiro, após ter sido anunciado uma quebra de 53,7% nos lucros do primeiro trimestre deste ano.

O resultado líquido da construtora totalizou 3,3 milhões de euros entre Janeiro e Março, um valor que ficou aquém do previsto pelos analistas do CaixaBI. As estimativas do banco de investimento apontavam para um aumento de 9% do lucro, para 8,0 milhões de euros.

O volume de negócios também falhou as estimativas do CaixaBI ao cair 0,9% para 483,4 milhões de euros (o banco de investimento esperava uma subida de 24% para os 606 milhões de euros). "As vendas da Mota-Engil no primeiro trimestre foram razoavelmente semelhantes às verificadas nos primeiros trimestres de 2012, 2013 e 2014. No entanto, a evolução da carteira de encomendas levou-nos a antecipar um crescimento de vendas mais pronunciado mas que não se materializou", destaca o analista José Mota Freitas.

O CaixaBI sublinha ainda que "a margem de EBITDA em África, que é um dos principais condicionantes da avaliação da empresa, não conseguiu atingir o patamar dos 20%" e alerta que a dívida líquida financeira aumentou em 260 milhões de euros nos últimos dois meses. "A Mota-Engil necessita de inverter esta tendência rapidamente, enquanto o nível de taxas de juro permanece favorável, pois de outra forma o volume de dívida deixa a empresa particularmente vulnerável a um eventual regresso a níveis mais elevados dos juros no mercado", destaca José Mota Freitas, acrescentando que "na sequência deste fraco conjunto de resultados" o CaixaBI vai rever em baixa as estimativas para a Mota-Engil.

O CaixaBI atribui um preço-alvo de 4,60 euros e uma recomendação de "comprar" às acções da construtora.

Os títulos da Mota-Engil seguem a perder 4,15% para 2,77 euros.  

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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