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Merlin fecha primeira sessão em Lisboa 5% acima da cotação em Madrid

As ações da Merlin desvalorizaram em Espanha na sessão de estreia na praça portuguesa. Mas em Lisboa a liquidez foi muito reduzida.

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A Merlin Properties conseguiu uma estreia positiva na bolsa portuguesa. No fecho da sessão as ações da cotada espanhola marcavam 12,90 euros, o que se situa 4,3% acima do fecho da véspera em Madrid. Uma evolução bem mais positiva do que a registada pelas ações no mercado doméstico: desceram 0,65% para 12,29 euros.

 

O mesmo não se pode dizer da liquidez. Em Lisboa foram transacionadas apenas 4.082 ações, bem menos do que as 1.707.303 transacionadas em Madrid.

 

João Queiroz, "head" da banca online do Banco Carregosa, assinala que a "maioria dos preços de referência desta sessão como os preços de abertura, mínimo, máximo e fecho, foram superiores em Lisboa o que poderia justificar a valorização registada na sua estreia e a desvalorização em Madrid".

 

A cotação em Lisboa está agora 5% acima do valor de fecho de Madrid, o que abre oportunidades de arbitragem. Contudo, João Queiroz assinala que os eventuais ganhos com esta estratégia, "por menor eficiência de mercado (maior diferencial entre comprador e vendedor, menor liquidez e reduzida frequência de negociação), tenderiam a ser consumidos com eventuais encargos".


Esta imobiliária espanhola, que também possui ativos em Portugal, optou por passar a cotar em Lisboa para além de Madrid, Valência, Barcelona e Bilbao. Veio para cá seguindo o modelo de ‘dual listing’, isto é, a negociar com os mesmos ativos com que está presente no mercado espanhol. O objetivo, segundo os responsáveis, é a aproximação aos investidores portugueses e os ganhos em termos de visibilidade.

O dividendo é visto como um dos pontos fortes da Merlin Properties. Na cerimónia de admissão da cotada em bolsa, que aconteceu na véspera da estreia, o CEO da Merlin Properties, Ismael Clemente, confirmou que "o investidor que entrar agora tem direito aos 32 cêntimos que serão previsivelmente declarados" na próxima assembleia-geral. Isto depois de já terem sido distribuídos 20 cêntimos no passado outubro, que ditam que pelo exercício de 2019 os acionistas da Merlin recebam um total de 52 cêntimos por título.

Esta cotada terá de esperar pela revisão do PSI-20, que acontece em março, para poder vir a cotar no índice nacional. Esta "promoção" está sobretudo dependente da liquidez da negociação, uma vez que os rácios necessários em termos de capitalização bolsista serão, à partida, "facilmente" cumpridos pela Merlin, adiantou a presidente da Euronext na mesma cerimónia de admissão, Isabel Ucha.

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