Notícia
Maus dados económicos e queda do petróleo arrastam Wall Street
As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram o dia no vermelho, pressionadas pela deterioração dos indicadores económicos e pela forte descida dos preços do crude.
O Dow Jones fechou a perder 1,86% para 23.504,35 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 2,20% para 2.783,36 pontos. Esta foi a pior sessão desde 1 de abril para os dois índices e o Dow já está novamente 20% abaixo do seu pico de fevereiro - muitos economistas têm alertado que as recentes valorizações de 20% destes índices face aos mínimos atingidos em março não significam uma saída do "bear market" mas sim retomas dentro de um mercado que ainda permanece em território de ursos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite encerrou a cair 1,44% para 8.393,18 pontos – depois de ontem ter estabelecido a sua quarta sessão consecutiva de ganhos (a escalar 3,95%), naquela que foi a mais longa série de subidas desde inícios de eevereiro.
O setor da energia foi o que teve pior desempenho, numa altura em que os preços do petróleo continuam a cair – o West Texas Intermediate, referência para os EUA, negociou em mínimos de 18 anos, nos 19,20 dólares por barril.
Também os dados económicos negativos revelados de manhã pesaram no sentimento dos investidores. As fábricas norte-americanas tiveram em março o seu pior mês desde 1946, com a produção industrial no país a mergulhar 5,4%.
Por outro lado, a confiança dos construtores de casas nos EUA registou a maior queda de sempre.
No seu Livro Bege, divulgado hoje, a Reserva Federal norte-americana disse que a atividade económica registou uma forte contração nas últimas semanas.
Além disso, amanhã serão divulgados os números relativos aos novos pedidos de subsídio de desemprego na semana terminada a 11 de abril, estimando-se um aumento de 5,1 milhões – o que, a confirmar-se, elevará para perto de 22 milhões os pedidos feitos nas últimas quatro semanas.
A banca norte-americana deu na terça-feira o pontapé de saída no reporte de contas trimestrais, com o JPMorgan e o Wells Fargo a apresentarem perdas substanciais e a recorrerem às suas reservas para evitar mais apuros durante a contração económica decorrente da pandemia de covid-19.
Hoje foi a vez do Goldman Sachs, Citigroup e Bank of America, e as contas não foram melhores, com quedas homólogas de quase 50% nos lucros.
Apesar de estes maus resultados da banca já serem esperados – e o mercado já os estava a descontar –, num contexto de contração económica decorrente da pandemia de covid-19, não deixam de exercer pressão sobre as cotadas do setor financeiro.