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Mais uma empresa desiste de entrar em bolsa na Europa devido ao coronavírus

Em menos de 48 horas, duas empresas, ambas britânicas, desistiram de avançar com ofertas públicas iniciais.

28 de Fevereiro de 2020 às 16:47
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A DRI Healthcare Plc tornou-se a segunda empresa em menos de 48 horas a desistir de uma oferta pública inicial (IPO), justificando a decisão com a derrocada nas bolsas mundiais devido à crise do coronavírus.

 

A DRI, um fundo britânico que investe em direitos de pagamento de "royalties" das farmacêuticas, não avançou com nova data para o seu IPO, que estava previsto para 11 de março.

 

A empresa quer angariar 271,3 milhões de libras (319,6 milhões de euros) em Londres, mas essa pretensão fica agora adiada.

 

Na quarta-feira o Global Sustainable Farmland Income Trust Plc, um fundo que investe em terrenos agrícolas, tornou-se a primeira empresa a adiar um planeado IPO este ano na Europa.

 

A justificar a decisão esteve também o contexto adverso, com a forte queda dos mercados acionistas decorrente do surto de coronavírus, referiu o fundo, citado pela Bloomberg.

 

O fundo, que esperava angariar 230 milhões de libras (275 milhões de euros) na sua oferta pública inicial, tinha planeado começar a negociar em bolsa esta sexta-feira, 28 de fevereiro. Mas, em vez disso, anunciou que vai prorrogar a data, sem ter porém anunciado qual o novo dia que tem em vista.

 

"O movimento de venda [sell-off] nos mercados colocou um travão nas transações e é improvável que vejamos novas entradas em bolsa antes de haver confiança de que o coronavírus está sob controlo", comentou à Bloomberg um gestor de fundos da RC Brown, Oliver Brown.

 

Apenas 10 empresas têm IPO ainda agendados na Europa este ano, incluindo três em Londres. "Se o ‘sell-off’ prosseguir na próxima semana, ninguém quererá entrar com tamanho nível de debilidade no mercado", disse à Bloomberg o diretor do departamento dos mercados acionistas na KPMG, Marco Schwartz. "O nosso conselho às empresas que estão prestes a entrar em bolsa seria suspenderem a operação e aguardarem", acrescentou.

 

Os receios quanto aos efeitos do coronavírus na economia, numa altura em que já foram identificados mais de 83.000 casos em todo o mundo, têm marcado fortemente a negociação nos mercados.

 

As bolsas e o petróleo têm sido duramente afetados por este surto que já atingiu pelo menos 52 países. Em alta têm estado os ativos que costumam funcionar como valores refúgio em alturas de incerteza, como é o caso das obrigações norte-americanas e de algumas moedas, como o iene e o franco suíço.

 

O ouro, que também costuma ser bastante procurado em momentos de incerteza, está desta vez a ser preterido e hoje marcou a maior queda intradiária desde junho de 2013.

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