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Lufthansa dispara 5,5% em bolsa antes do arranque do aumento de capital
Companhia aérea anunciou este domingo que pretende captar 2,14 mil milhões de euros, numa operação que chega ao mercado na quarta-feira. Cada ação vai dar lugar a um direito de subscrição das novas ações.
A Lufthansa vai duplicar o capital e os investidores estão a mostrar um forte interesse pela operação. O anúncio foi feito no domingo e, apesar de a venda de novas ações só chegar ao mercado na quarta-feira, a reação já se fez sentir com a companhia aérea a valorizar mais de 5% esta segunda-feira na bolsa de Frankfurt.
A empresa liderada por Carsten Spohr vai emitir 597,7 milhões de novas ações a 3,58 euros cada uma, o que significa um desconto superior a 56% face ao preço de fecho das ações na bolsa de Frankfurt na sexta-feira, que se situou em 8,21 euros.
A transação está subscrita na totalidade por um sindicato de 14 bancos. Em simultâneo, uma série de fundos e gestores ligados à BlackRock entraram num acordo secundário que totaliza 300 milhões, no qual se comprometem a exercer a totalidade dos direitos de subscrição. Também os membros do board da Lufthansa se comprometeram em subscrever na totalidade as ações correspondentes aos direitos que vão receber.
Após o aumento de capital, a Lufthansa vai contar com 1.195.485.644 ações ordinárias, o dobro das atuais 597.742.822. Os novos títulos vão ter os mesmos direitos económicos e de votação e deverão começar a negociar na bolsa de Frankfurt a 11 de outubro. No total, a Lufthansa espera encaixar 2,14 mil milhões de euros que vai usar para pagar antecipadamente o apoio público que recebeu no âmbito da pandemia.
"A empresa vai usar o encaixe líquido para reembolsar a Participação Silenciosa I do Fundo Económico de Estabilização da República Federal da Alemanha no valor de 1,5 mil milhões. Adicionalmente, pretende ter reembolsado a Participação Silenciosa II na totalidade de mil milhões de euros até ao final de 2021", diz a companhia aérea, acrescentando que pretende cancelar as linhas de crédito ainda disponíveis.
O CEO Carsten Spohr já tinha dito, em junho, pretender reembolsar antes das eleições na Alemanha (marcadas para 26 de setembro) o dinheiro que a empresa recebeu devido à pandemia. A maior companhia aérea da Alemanha recebeu um pacote de apoio público de 9 mil milhões de euros, com a contrapartida do Estado alemão ficar com uma participação de 20% no capital da empresa.