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Lufthansa vai aumentar capital em 2,14 mil milhões para antecipar reembolso ao Estado

Companhia aérea anunciou este domingo a operação que vai decorrer a partir da próxima semana. Cada ação pode ser subscrita pelos acionistas com desconto de 39,3% (excluindo já os direitos).

O conselho de supervisão da Lufthansa já aprovou o pacote de resgate apresentado pelo Governo alemão. Falta a aprovação dos acionistas.
Fabrizio Bensch/Reuters
19 de Setembro de 2021 às 18:29
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A Lufthansa vai avançar com um aumento de capital de 2,14 mil milhões de euros. A operação pretende captar financiamento junto dos atuais acionistas para reforçar o balanço e permitir o pagamento antecipado das medidas de estabilização na Alemanha, segundo anunciou este domingo a companhia aérea alemã em comunicado.

"Desde o início da pandemia de covid-19, o grupo Lufthansa tomou ações decisivas para reforçar a liquidez e recuperar o balanço. Hoje, o grupo lança um aumento de capital de 2,1 mil milhões para estabelecer uma estrutura de capital sustentável e eficiente e para permitir o reembolso do Fundo Económico de Estabilização da República Federal da Alemanha", explica.

Este aumento de capital vai decorrer através da emissão de 597,7 milhões de novas ações a 3,58 euros cada uma, o que significa um desconto superior a 56% face ao preço de fecho das ações na bolsa de Frankfurt na sexta-feira, que se situou em 8,21 euros.

Os acionistas atuais vão receber um direito de subscrição por cada ação que detém. Ou seja, poderá usar esse direito para comprar uma nova ação ou então vender os direitos e ficar com o encaixe, mas ver a sua posição acionista diluída.

Em comparação com o preço teórico descontado dos direitos, a oferta representa um desconto de 39,3%, segundo as contas da própria empresa. O período de subscrição decorre entre 22 de setembro e 5 de outubro, sendo que a negociação dos direitos arranca no mesmo dia, mas termina a 30 de setembro.

A transação está subscrita na totalidade por um sindicato de 14 bancos. Em simultâneo, uma série de fundos e gestores ligados à BlackRock entraram num acordo secundário que totaliza 300 milhões, no qual se comprometem a exercer a totalidade dos direitos de subscrição. Também os membros do board da Lufthansa se comprometeram em subscrever na totalidade as ações correspondentes aos direitos que vão receber.


"A empresa vai usar o encaixe líquido para reembolsar a Participação Silenciosa I do Fundo Económico de Estabilização da República Federal da Alemanha no valor de 1,5 mil milhões. Adicionalmente, a empresa pretende ter reembolsado a Participação Silenciosa II na totalidade de mil milhões de euros até ao final de 2021", diz a companhia aérea, acrescentando que pretende cancelar as linhas de crédito ainda disponíveis.

O CEO Carsten Spohr já tinha dito, em junho, pretender reembolsar antes das eleições na Alemanha (marcadas para 26 de setembro) o dinheiro que a empresa recebeu devido à pandemia. A maior companhia aérea da Alemanha recebeu um pacote de apoio público de 9 mil milhões de euros, com a contrapartida de o Estado alemão ficar com uma participação de 20% no capital da empresa.

Após o aumento de capital, a Lufthansa vai contar com 1.195.485.644 ações ordinárias, o dobro das atuais 597.742.822. Os novos títulos vão ter os mesmos direitos económicos e de votação e deverão começar a negociar na bolsa de Frankfurt a 11 de outubro.


(Notícia atualizada às 18h55)

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