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Larry Fink: "Inflação é consequência do populismo e da fragmentação"

O presidente da BlackRock defende que a Europa devia ter a sua própria Lei de Redução da Inflação, a exemplos dos Estados Unidos, e frisa que o teletrabalho destruiu a cultura das empresas.

Reuters
23 de Abril de 2023 às 10:25
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É um dos homens mais relevantes nos mercados internacionais e preside ao BlackRock, que gere cerca de 9 mil milhões de dólares, o equivalente a mais de 8,2 mil milhões de euros. Em Madrid, numa entrevista ao El País, Larry Fink afirma que "a inflação é consequência do populismo e resultado da fragmentação", ao mesmo tempo que sublinha a importância de a Europa ter o seu próprio IRA (Inflation Reduction Act, na sigla inglesa), isto é, uma Lei de Redução da Inflação com incentivos às empresas para uma transição energética mais rápida.

"Acho que a inflação é consequência do populismo e também da fragmentação. Ou seja, não acredito que a inflação surja por magia, ela aparece devido às medidas políticas que são aplicadas. E essas medidas inflacionárias podem ser desde estímulos orçamentais até medidas que restringem a imigração. E, sobretudo, é consequência da fragmentação económica. Quase todos os líderes com que converso se questionam sobre se devem reduzir sua dependência da China. Isso é uma grande mudança. Ao mesmo tempo, os próprios governos geram fragmentação, citando, por exemplo, razões de segurança nacional", detalha o líder da BlackRock.

Fink esteve em Madrid no encontro anual de investidores do banco de investimento e, nesse encontro, foi claro ao dizer que "a covid penalizou a cultura das empresas" e, em parte, devido ao trabalho remoto. "O teletrabalho não funciona. É um dos motivos de termos mais inflação: a produtividade caiu", frisou na conversa com banqueiros e investidores que acompanharam o encontro, citado pelo jornal espanhol.

Sobre a transição energética, que também abordou na conferência com investidores, Larry Fink disse depois ao El País que "devemos assegurar que a transição energética seja o mais justa e equitativa possível", rejeitando a ideia de que a Lei de Redução da Inflação nos EUA seja uma forma de guerra à Europa.

"Quando falo com líderes europeus, eles não veem isso [o IRA] como uma guerra e dizem que deveriam fazer o mesmo para incentivar o investimento. A Europa, historicamente, tem aplicado mais o pau do que a cenoura. Taxam tudo e isso nem sempre é o ideal. O que os subsídios vão fazer é aumentar a disposição de investir nos Estados Unidos. E o problema na Europa também é obter licenças para projetos. Isso, e os subsídios do IRA, farão com que as empresas prefiram investir nos Estados Unidos", resumiu.

A BlackRoch fechou 2022 com lucros de 5,18 mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) em 2022, menos 12% face aos resultados líquidos do ano anterior.

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