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Jerónimo Martins dispara mais de 8% após resultados
As ações da dona do Pingo Doce estão a negociar em máximos de março do ano passado e já acumulam uma subida de mais de 40% em 2019.
Os resultados do primeiro trimestre que a Jerónimo Martins anunciou antes da abertura da sessão estão a ter um forte impacto positivo na evolução dos títulos, que já atingiram um máximo de mais de 12 meses.
As ações atingiram uma valorização máxima de 8,79% para 15,10 euros, o que corresponde ao valor mais elevado desde março do ano passado.
Este desempenho positivo eleva para 41,73% a valorização acumulada pela Jerónimo Martins em 2019, reforçando o estatuto da cotada do PSI-20 com melhor desempenho este ano.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins reportou um resultado líquido de 72 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um valor que até ficou ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas e corresponde a uma queda de 14,5% face ao período homólogo.
A empresa explicou a queda dos resultados com a proibição da abertura de lojas ao domingo na Polónia, uma medida que impactou a atividade da Biedronka.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou acima da expectativa dos analistas, ao fixar-se nos 214 milhões de euros, o que equivale a uma ligeira quebra, de 0,6%.
O CEO Pedro Soares dos Santos reiterou as metas de resultados e mostrou confiança na capacidade de "superar os desafios à vista e de continua a crescer acima do mercado ao longo de 2019".
Receitas em Portugal e na Polónia acima do esperado
No comentário a estes resultados, o CaixaBank BPI salienta que os lucros ficaram 4% abaixo das suas estimativas, mas que as margens na atividade em Portugal e as vendas da Polónia saíram acima do esperado.
O EBITDA da Jerónimo Martins ficou 2% acima das estimativas do BPI, que destaca também o desempenho positivo do "cash & carry" Recheio, que alcançou um crescimento das vendas de 3,7%, acima dos 2% estimados. No Pingo Doce as vendas comparáveis cresceram 3,7% quando o BPI previa que estagnassem e na Biedronka desceram caíram 1,1% quando a previsão do banco apontava para uma redução de 2%.
A Jerónimo Martins consolidou vendas de 4.247 milhões de euros, 1% acima do registado no período homólogo e das estimativas do BPI.
O banco tem uma recomendação de comprar para as ações da Jerónimo Martins, com um preço-alvo de 16,50 euros e "mantém uma perspetiva positiva para a cotada".
No comentário aos resultados, o BPI salienta que apesar da forte subida dos títulos este ano, a Jerónimo Martins ainda apresenta um desempenho inferior ao do setor no longo prazo.
No que diz respeito ao segundo trimestre, o BPI estima que os resultados sejam impulsionados pela Páscoa e pelo alívio fiscal implementado na Polónia. Além disso, "os prejuízos da empresa nos novos negócios também devem melhorar nos próximos trimestres, o que também deve ajudar na evolução dos lucros por ação".