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Investidores fogem das tecnológicas e tensões comerciais regressam. Wall Street cai

As principais bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em baixa, pressionadas sobretudo pelas tecnológicas, que estão a ser preteridas devido ao aumento dos juros da dívida. Também as novas fricções comerciais EUA-China mexeram com o sentimento dos investidores, além da preocupação em torno do teto da dívida. O Facebook afundou com uma denúncia e redes em baixo, e há retalhistas a sofrer com as disrupções no Vietname.

Reuters
04 de Outubro de 2021 às 21:07
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O índice industrial Dow Jones fechou a sessão desta segunda-feira a cair 0,94%, para 34.002,92 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,30%, para 4.300,46 pontos - o nível mais baixo desde 19 de julho.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 2,14% para se fixar nos 14.255,49 pontos.

 

Depois de abrirem o mês de outubro no verde, as bolsas norte-americanas negociaram assim no vermelho, à conta de vários fatores.

 

Tecnologias penalizadas por fuga de investimento

 

O setor tecnológico esteve entre os piores desempenhos, numa altura em que os investidores estão a fugir destas cotadas, com avaliações elevadas, receando que estejam sobrevalorizadas.

 

A subida dos juros da dívida também pressiona as tecnológicas, cujos dividendos têm uma baixa rendibilidade face à aposta nas obrigações.

 

Neste setor, destaque para o Facebook, que fechou a afundar 4,87% para 326,31 dólares, num dia em que sofreu também outras pressões.

 

Uma delas foi uma denúncia de uma ex-funcionária do Facebook, que disse que a empresa coloca os lucros acima do bem público. A identidade da "whistleblower" (denunciante), que divulgou dezenas de milhares de páginas de documentos e análises internas da empresa, foi revelada no dominfo à noite, no programa ’60 Minutes’, como sendo Frances Haugen, de 37 anos.

 

A ex-gestora de produto do Facebook, que trabalhou com questões de integridade cívica na empresa, diz que os documentos mostram que o Facebook sabe que as suas plataformas são usadas para propagar ódio, violência e informação falsa e que a empresa tentou esconder esses dados.

 

A outra pressão decorreu do facto de as redes do universo da empresa liderada por Mark Zuckerberg – Facebook, Whatsapp, Instagram e Messenger – terem ficado inoperacionais em todo o mundo.

 

Disrupções no Vietname afetam retalhistas

 

As cotadas do vestuário e equipamento desportivo, como a Nike e Under Armour, também viveram uma sessão negativa, devido às prolongadas restrições decorrentes da covid no Vietname.

 

O Vietname é um "hub" no fabrico de calçado e vestuário para a Under Armour e muitas outras retalhistas, como a Nike, Michael Kors e Lululemon.

 

Incumprimento dos EUA à vista?

 

Também o potencial incumprimento dos EUA – se até 18 de outubro o teto da dívida não for aumentado ou suspenso – continua a deixar os investidores cautelosos.

 

Com efeito, uma das ameaças à espreita nos Estados Unidos é a da possibilidade de o país entrar em incumprimento no reembolso da sua dívida caso o Congresso não aprove, até 18 de outubro (data até à qual há dinheiro disponível, segundo a secretária do Tesouro, Janet Yellen), uma suspensão ou aumento do limite de endividamento federal.

 

A possibilidade de "default" – que seria a primeira vez na história dos EUA – já levou a agência de notação financeira Fitch a aludir à possibilidade de retirar a classificação máxima (triplo A) que atribui neste momento à dívida soberana dos Estados Unidos.

 

Novas fricções comerciais EUA-China

 

Por outro lado, a representante norte-americana do Comércio, Katherine Tai, disse hoje que a China não está a cumprir a fase 1 do acordo comercial celebrado sob a presidência de Donald Trump – que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2020 e que termina a 31 de dezembro de 2021.

 

Tai está a avaliar potenciais ações contra a China pelo não cumprimento desta fase do acordo. Entre essas ações incluem-se potenciais tarifas alfandegárias adicionais, o que renova as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

 

Nos termos da fase 1 deste acordo comercial – que suspendeu a guerra entre as duas maiores economias do mundo, que durante cerca de um ano e meio impuseram sucessivos aumentos das taxas aduaneiras sobre produtos importados de parte a parte –, a China deveria comprar mais 200 mil milhões de dólares de bens norte-americanos durante um período de dois anos, mas Washington considera que Pequim não tem honrado esse compromisso.

 

As importações chinesas de produtos dos EUA em agosto terão ficado a cerca de 62% das metas do acordo, disse ontem à Reuters um membro sénior do Peterson Institute for International Economics, Chad Brown.

 

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