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Intel põe fim a recordes do S&P 500. Wall Street de olhos postos em "viragem" da Fed

As bolsas norte-americanas encerraram com tendência mista. O S&P 500 e o Nasdaq cederam terreno, mas todos os índices marcaram a terceira semana consecutiva de ganhos.

Entre desvalorizações e resgates, o montante total dos ativos sob gestão voltou a baixar da casa dos 18 mil milhões de euros.
Brendan McDermid/Reuters
26 de Janeiro de 2024 às 21:37
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Os principais índices do outro lado do Atlântico fecharam a última sessão da semana com uma tendência mista. O S&P 500 e o Nasdaq foram penalizados pela Intel, ao passo que o Dow se manteve à tona.

 

O Standard & Poor’s 500, que é o índice de referência mundial, recuou 0,07% para 4.890,97 pontos. Ontem tinha estabelecido um novo recorde de fecho, pela quinta sessão consecutiva, nos 4.894,16 pontos – isto depois de na quarta-feira ter atingido máximos intradiários nos 4.903,68 pontos.

Já o industrial Dow Jones somou 0,16% para 38.109,43 pontos, ao passo que o tecnológico Nasdaq Composite cedeu 0,36% para 15.455,36 pontos.

 

A Intel castigou especialmente o S&P 500, ao afundar 11,91% para um mínimo de seis semanas, nos 43,65 dólares por ação. A tecnológica foi penalizada pelas suas estimativas para as receitas deste ano, que ficaram aquém das estimativas do consenso do mercado,

 

Os investidores continuam muito atentos aos sinais que vão sendo dados relativamente à política monetária da Reserva Federal (Fed) dos EUA.

 

Hoje, a secretária-norte americana do Tesouro, Janet Yellen, deu a entender que nada está ainda definido e pareceu mesmo mostrar algum recuo face a declarações anteriores. Yellen disse que ainda não está claro quando é que os juros diretores irão "assentar" depois da volatilidade da pandemia e da retoma pós-covid, sugerindo assim uma mudança na opinião que deu ao longo do último ano, sublinha a Bloomberg.

 

"Há pessoas que sentem, com grande determinação, que nada de fundamental mudou, e as taxas de juro acabarão por regressar aos níveis de antes da pandemia", afirmou num evento em Milwaukee.  

 

Há um ano, Yellen tinha antecipado a chegada de uma inflação mais baixa, deixando antever também um início de descida dos juros, já que a Fed os subiu para tentar controlar a subida dos preços e fazer regressar a inflação à meta dos 2% - mas agora sublinhou que o debate prossegue, dando a entender que poderá não estar para breve o corte dos juros.

 

Vários responsáveis da Fed têm sinalizado que os juros não descerão para já, mas também têm feito declarações que sugerem que não será um cenário muito distante. A maioria dos economistas, salienta a Reuters, considera que a Fed esperará até junho para tomar essa decisão – atendendo à robustez dos gastos das famílias e à incerteza que ainda paira sobre o panorama económico.

 

Os banqueiros centrais da Fed – que se reúnem na próxima semana para decidir sobre a taxa dos fundos federais, que está desde julho passado num intervalo entre 5,25% e 5,50% – já começaram mesmo a fazer uma viragem no discurso, no sentido de se encaminharem para uma política monetária menos restritiva.

 

As pressões sobre os preços estão claramente a atenuar-se. O índice de preços dos gastos do consumo pessoal, o indicador da inflação preferido pela Fed, aumentou 2,6% em dezembro, face ao mesmo mês de 2022, mas numa base anualizada a seis e a três meses está agora abaixo da meta de 2% da Fed.

 

Depois da publicação destes dados, nesta sexta-feira, os operadores aumentaram as apostas num início de ciclo de corte dos juros para a reunião de 30 de abril e 1 de maio do banco central – em vez de na reunião de 19 e 20 de março.

 

Até agora, os responsáveis da Fed têm dito que o progresso na inflação ainda não é suficiente. Mas também não querem que os cortes de juros, quando começarem, seja uma surpresa, salienta a Reuters. Por isso mesmo, "a sua comunicação deixou de ser tão pessimista e está a começar a parecer mais preparada para o início das descidas. Como essa viragem demora tempo, eles estão lentamente a mudar nessa direção", comentou à agência o economista-chefe da Wilington Trust Investment Advisors, Luke Tilley.

 

Essa mudança na comunicação poderá ser ainda mais evidente na próxima semana, nas declarações após a reunião de política monetária, quando o presidente da Fed, Jerome Powell, falar em conferência de imprensa.

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