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Incerteza leva Banif a afundar mais de 30% para novo mínimo em 0,0008 euros

As acções do Banif tombam perto de 50% nos últimos três dias, com o banco a atingir novos mínimos históricos. O Banif vê estas fortes oscilações como algo "natural", enquanto a CMVM está a acompanhar "com muita proximidade".

Miguel Baltazar
10 de Dezembro de 2015 às 17:02
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As acções do Banif voltaram a viver uma sessão verdadeiramente "negra". O banco afundou 39% e tocou pela primeira vez na sua história em 0,08 cêntimos, num dia em que trocaram de mãos mais de 1.370 milhões de títulos, movimentos que o banco considera "naturais". Já a CMVM continua a monitorizar "de forma reforçada" a negociação do Banif.

O Banif encerrou a sessão a tombar 31,43% para 0,0009 euros, mas chegou a afundar 39,05% para 0,0008 euros durante o dia, com os investidores a desfazerem-se das acções do banco perante os receios de uma medida de resolução na instituição. O volume negociado também disparou. Trocaram de mãos 1.370 milhões de títulos do banco liderado por Jorge Tomé (na foto).

Após mais esta descida a pique, o banco acumula já uma quebra de 50% nas três últimas sessões, elevando para 84,18% a desvalorização acumulada pela entidade em 2015, uma situação que está a ser acompanhada atentamente pela CMVM.

Em declarações ao Negócios, fonte oficial do regulador do mercado de capitais português garantiu que está a monitorizar de "de forma reforçada" a negociação do banco, acompanhando com "muita proximidade e detalhe" a evolução dos títulos.

Resolução a caminho?

Estas fortes quedas dos títulos surgem num momento em que têm surgido muitas notícias em torno da capacidade do banco para reembolsar a ajuda que recebeu do Estado. "É natural que haja especulação face ao processo em curso e que haja a atenção do regulador", disse à Lusa fonte oficial do banco liderado por Jorge Tomé.

"Pode ser o caso de o fundo de Resolução intervir e ser chamado a aumentar o capital do banco, ou com as novas regras europeias, os obrigacionistas verem o seu capital convertido em acções, e nesse caso o valor dos actuais accionistas seria residual", explica Pedro Lino, administrador da Dif Broker.

Já a equipa de "research" do Big destaca que "a decisão por parte da Comissão Europeia no que se refere à compatibilidade da ajuda pública ao banco e a procura por investidores privados que comprem acções detidas pelo Estado e reforcem o capital do banco vão ser dois tópicos determinantes para a evolução dos títulos do Banif a curto prazo, persistindo a incerteza quanto ao eventual sucesso do processo de reestruturação em curso".

E, apesar do baixo valor da acção, as quedas poderão não ficar por aqui enquanto persistir a incerteza quanto ao futuro do Banif. "Caso os receios persistam quanto a uma solução para a viabilidade financeiro do banco, o mais provável é o Banif continuar em queda", defende Paulo Rosa, economista da GoBulling.

Se o banco não conseguir encontrar um accionista para injectar capital na instituição, uma medida de resolução poderá ter lugar. "Caso não consiga reembolsar o Estado é possível que seja mais um banco que fique a cargo do fundo de resolução com custos para o restante sistema financeiro", remata Pedro Lino.

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