A Groupon cai 29,40% esta quarta-feira para 2,845 dólares por acção, numa sessão em que chegou a recuar mais de 31% para 2,78 dólares, o valor mais baixo em três anos. A desvalorização acentuada acontece depois de a empresa divulgar os resultados do terceiro trimestre – que ficaram aquém das estimativas -, de rever as suas perspectivas e de anunciar alterações na liderança.

Rich Williams vai assumir o cargo de CEO, substituindo Eric Lefkofsky, co-fundador da Groupon. Williams, que se juntou à empresa em 2011 depois de sair da Amazon, tem vindo a desempenhar o cargo de COO desde Junho. As alterações, anunciadas esta terça-feira, 3 de Novembro, em comunicado, têm "efeito imediato".

Numa tentativa de melhorar a situação financeira da empresa, Williams vai aumentar o investimento em marketing para tentar atrair consumidores, tendo assumido em conferência de imprensa que estratégia de marketing da empresa precisa de uma "mudança dramática".

"A Groupon está agora a dizer: ‘Ok, precisamos de novos clientes’. E eles estão a investir mais nisso, e as pessoas estão preocupadas que o dinheiro seja mal aplicado porque há demasiada concorrência", diz  Sameet Sinha, analista da B Riley.

Durante os seus dois anos como CEO, Eric Lefkofsky – que agora regressa ao cargo de chairman – tentou alterar a rota descendente da empresa, cortando custos e focando a actividade nos EUA. Em Setembro, a empresa anunciou que iria cortar cerca de 1100 postos de trabalho e sair de sete países.

Nos primeiros nove meses do ano, a Groupon apresentou um resultado líquido de 67,2 milhões de dólares (61,1 milhões de euros), uma evolução positiva face aos prejuízos registados no mesmo período de 2014. Todavia, considerados os resultados trimestrais, a empresa de cupões apresentou perdas de 27,6 milhões de dólares (25,1 milhões de euros), acima dos 21,2 milhões (19,2 milhões de euros) registados no mesmo período do ano passado.

No que diz respeito às receitas, estas avançaram 2% para 2,2 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros) até Setembro de 2015, comparativamente ao período homólogo de 2014. No entanto, considerando somente o terceiro trimestre de 2015, registou-se um recuo de 0,1% face ao mesmo período de 2014, para 713,6 milhões de dólares (649,2 milhões de euros), um valor que ficou abaixo das estimativas de 732,8 milhões de dólares (666,7 milhões de euros) perspectivados pelos analistas, escreve a Reuters.

Para o quarto trimestre deste ano, a empresa estima vendas entre 815 milhões de dólares e 865 milhões de dólares (entre 741,5 milhões de euros e 847 milhões de euros), abaixo a estimativa de 956 milhões (869 milhões de euros), escreve a Bloomberg.

Para 2016, a empresa espera receitas entre os 2,75 mil milhões de dólares e 3,05 mil milhões (entre 2,5 mil milhões e 2,77 mil milhões de euros), abaixo das estimativas dos analistas consultados pela Reuters, que perspectivavam receitas de 3,50 mil milhões de dólares (3,18 mil milhões de euros).