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Galp derrapa para mínimos de outubro após investimento no solar em Espanha

A petrolífera portuguesa já perdeu mais de 3% na sessão de hoje e tocou em mínimos de quase três meses, após ter anunciado um investimento de produção solar em Espanha que pode chegar aos 2,2 milhões de euros.

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23 de Janeiro de 2020 às 16:47
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As ações da petrolífera Galp perderam 3,19% para os 14,10 euros na sessão desta quinta-feira, dia 23 de janeiro, o que representa a maior queda desde 2 de agosto do ano passado (quando caíram mais de 4%). A cotação da companhia liderada por Carlos Gomes da Silva atingiu um mínimo desde 24 de outubro de 2019, numa sessão que foi negativa para as bolsas em geral e para o setor na Europa. 

Foram negociadas 1.110.848 ações, um valor ligeiramente inferior à média diária de transação dos últimos seis meses fixada nas 1.423.209 ações. 

Na quarta-feira, já depois do fecho de sessão, a petrolífera portuguesa anunciou que chegou a acordo com o grupo ACS para a aquisição de projetos de produção de energia fotovoltaica em Espanha no valor de 450 milhões de euros. Mas o investimento da petrolífera portuguesa pode chegar aos 2,2 mil milhões de euros até 2023.

Os ativos desta unidade da empresa espanhola incluem "parques fotovoltaicos já em operação com uma capacidade instalada de 900 MW e projetos em desenvolvimento ou em licenciamento que permitirão atingir até 2023 uma capacidade de geração instalada de 2,9 GW, o equivalente ao consumo médio de 1,8 milhões de habitações, contribuindo para a redução de 87 milhões de toneladas de CO2", segundo o comunicado emitido pela petrolífera.


Os analistas do Caixabank BPI gostam da aposta nas energias renováveis, mas questionam o preço pago. "Compreendemos o racional e o foco de apostar em projetos com reduzidas emissões de carbono, mas preferíamos que a Galp investisse em projetos de energia verde que não obrigassem a um pagamento excessivo, dada a forte procura atual por este tipo de ativos", referem os analistas numa nota emitida esta quinta-feira.

 

As contas do banco apontam para que o preço pago pela Galp Energia possa ter sido "exigente", embora realce que são necessários mais detalhes para avaliar o negócio de forma mais justa.

  

A variação da petrolífera portuguesa está em linha com o setor de "Oil & Gas" na Europa que hoje está a ter um dos piores desempenhos setoriais na Europa ao perder 1,47%. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva é uma das cotadas que mais desvaloriza, a par da Repsol (-3,38%) e da Aker (-3,01%).

Hoje, o Brent, negociado em Londres e que serve de referência para Portugal, já perdeu 3,10% para os 61,25 dólares por barril. O norte-americano WTI chegou a desvalorizar 3,47% para os 54,77 dólares por barril.

A Agência Internacional de Energia (EIA) divulgou que os inventários de gasolina subiram 1,75 milhões de barris para os 260 milhões de barris, o que significa um novo recorde histórico. A subida nos "stocks" de gasolina ofuscou a queda de 405 mil barris nos inventários de petróleo. 

Para além do investimento em Espanha, a Galp garantiu que entre finais deste ano e início de 2021 vai fazer a primeira perfuração de petróleo no bloco 6 da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de São Tomé e Príncipe.
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