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Colapso do BES castigou investidores, deu milhões a especuladores

Vários fundos de alto risco apostaram, nas últimas semanas, na queda das acções do banco português. Marshall Wace, TT International e Altair Investments terão ganho milhões de euros com o colapso do BES.

06 de Agosto de 2014 às 14:56
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O BES foi alvo de grandes fundos especializados em operações de alto risco, nas últimas semanas antes do resgate. Segundo o "The Wall Street Journal", três destes "hedge funds" terão ganho dezenas de milhões de euros com a aposta na queda dos títulos que antes da intervenção chegaram a valer apenas 10,1 cêntimos. Nos dois meses e meio até à interrupção da negociação em bolsa, as acções do banco perderam quase 90%.

 

O Marshall Wace LLP foi o primeiro a revelar uma posição curta no BES, ou seja, a procurar ganhar com a desvalorização dos títulos (ao contrário do que acontece numa posição longa, em que o ganho é obtido com a subida dos títulos). Passou a ter 0,51% do capital vendido a descoberto (é obrigatório comunicar ao mercado posições acima de 0,5%), numa altura em que as acções estavam a valer 99 cêntimos.

 

Segundo o "The Wall Street Journal", que cita dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), este fundo foi reforçando a posição curta até 0,85%, reduzindo-a depois até 0,51% no final de Julho. O TT International entrou no início de Junho, sendo a última posição conhecida no início de Julho, já o Altair Investment apostou na queda em meados de Julho, mantendo a posição curta até agora.

 

A publicação norte-americana avança que enquanto o Marshall Wace LLP terá ganho cerca de 27 milhões de euros, o TT poderá ter conseguido 15 milhões, enquanto o Altair, que mantém uma posição curta de 0,65%, poderá lucrar cerca de 11 milhões de euros tendo em conta que no final da semana passada, antes da suspensão pela CMVM, as acções chegaram a 10,1 cêntimos, encerrando em 12 cêntimos.

 

No global, estes três "hedge funds" poderão ter facturado (não é possível calcular os encargos suportados com o empréstimos de acções) cerca de 53 milhões de euros com o colapso dos títulos, que levaram à intervenção do Banco de Portugal no domingo, separando a instituição em duas: o Novo Banco e um banco mau, este último que ficará para os accionistas do antigo BES. Aos investidores, para tentarem reaver algum do dinheiro, resta esperar que seja possível a recuperação da massa falida.

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