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Cinco características especiais sobre a bolsa da China

A bolsa da China afundou no último trimestre, mas continua a ser uma das maiores do mundo. Em Agosto, as fortes quedas contagiaram os mercados mundiais, despertando as atenções para as suas características particulares.

Bloomberg
10 de Outubro de 2015 às 10:00
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O verde é a cor que tem dominado os painéis de negociação na bolsa da China, mas isso, ao contrário da percepção imediato dos ocidentais, não é bom. A bolsa de Xangai caiu 28% este trimestre, arrastando as restantes praças mundiais, devido à incerteza em torno do crescimento da segunda maior economia mundial. Os investidores e analistas estão, por isso, atentos a todos os dados vindos do país, cujo mercado accionista tem características particulares. Descubra cinco características da bolsa da China.

  1. 1. Há várias bolsas na China

A bolsa da China tem sofrido fortes quedas nos últimos meses. Mas que bolsa? Há várias. A bolsa de Xangai é geralmente utilizada como referência, em particular o índice Shanghai Composite, que inclui 1114 cotadas. Mas há também a bolsa de Schenzen, no sul da China. Como referência, é também utilizado o índice CSI 300, que reúne as 300 principais cotadas de Shangai e Schenzen. A China tem ainda uma terceira bolsa, em Hong Kong, com regras de mercado diferentes. Aqui o investimento estrangeiro é permitido, ao contrário de Xangai e Schenzen, em que há muitas restrições. Uma ligação recente entre o continente e Hong Kong permitiu aos investidores estrangeiros comprar mais acções chinesas. Em conjunto, as bolsas da China têm a segunda maior capitalização do mundo, apenas superada pela New York Stock Exchange (NYSE), dos EUA.
    

  1. 2. Empresas cotadas… estatais

Na bolsa de Xangai, oito das dez maiores empresas são do Estado, que já aplicou mais de 200 mil milhões de euros para travar a queda do mercado accionista, nomeadamente através do financiamento de fundos de investimento para a compra de acções. A bolsa de Schenzen é composta principalmente por empresas privadas, com destaque para as tecnológicas. O ChiNext, muitas vezes chamado "Nasdaq chinês", está em Schenzen.

3. Investidores amadores

A maior parte dos investidores na bolsa da China não são profissionais. 85% são investidores particulares, segundo os dados da Reuters. Antes da "bolha" da China rebentar, milhares de contas de investimento eram abertas por dia, com muitos pequenos investidores a recorrerem a empréstimos para apostar na bolsa. Ainda assim, apesar de representar a maior parte dos participantes no mercado accionista, as famílias detêm apenas uma pequena parte do valor na bolsa – cerca de 5%, segundo o Financial Times.

4. Verde é bom, mas não na China

O "vermelho" tem dominado a negociação na China? Isso seria positivo para as acções. É que ao contrário do que acontece nos mercados ocidentais, na China, o vermelho representa a subida das acções e o verde a queda. É uma questão cultural. No ocidente é utilizada a mesma lógica aplicada aos semáforos – o verde é para avançar, o vermelho para parar. Mas, na China o vermelho simboliza prosperidade, sorte e fortuna. É a cor da bandeira e das cerimónias festivas – como o casamento -, sendo por isso utilizado também para representar os ganhos nos mercados.

5. Está a cair. Vamos almoçar.

As horas de negociação também são diferentes nas bolsas europeias e na China. E não é só uma questão de fuso horário. Na bolsa da China, a negociação é interrompida entre as 11h30 e as 13 horas locais para uma pausa para almoço, ao contrário do que acontece na Europa e nos EUA, em que as bolsas abrem de manhã e encerram ao final da tarde. Em Tóquio, os "traders" também têm uma pausa para almoçar.

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