Notícia
Cinco características especiais sobre a bolsa da China
A bolsa da China afundou no último trimestre, mas continua a ser uma das maiores do mundo. Em Agosto, as fortes quedas contagiaram os mercados mundiais, despertando as atenções para as suas características particulares.
1. Há várias bolsas na China
A bolsa da China tem sofrido fortes quedas nos últimos meses. Mas que bolsa? Há várias. A bolsa de Xangai é geralmente utilizada como referência, em particular o índice Shanghai Composite, que inclui 1114 cotadas. Mas há também a bolsa de Schenzen, no sul da China. Como referência, é também utilizado o índice CSI 300, que reúne as 300 principais cotadas de Shangai e Schenzen. A China tem ainda uma terceira bolsa, em Hong Kong, com regras de mercado diferentes. Aqui o investimento estrangeiro é permitido, ao contrário de Xangai e Schenzen, em que há muitas restrições. Uma ligação recente entre o continente e Hong Kong permitiu aos investidores estrangeiros comprar mais acções chinesas. Em conjunto, as bolsas da China têm a segunda maior capitalização do mundo, apenas superada pela New York Stock Exchange (NYSE), dos EUA.
- 2. Empresas cotadas… estatais
Na bolsa de Xangai, oito das dez maiores empresas são do Estado, que já aplicou mais de 200 mil milhões de euros para travar a queda do mercado accionista, nomeadamente através do financiamento de fundos de investimento para a compra de acções. A bolsa de Schenzen é composta principalmente por empresas privadas, com destaque para as tecnológicas. O ChiNext, muitas vezes chamado "Nasdaq chinês", está em Schenzen.
3. Investidores amadores
A maior parte dos investidores na bolsa da China não são profissionais. 85% são investidores particulares, segundo os dados da Reuters. Antes da "bolha" da China rebentar, milhares de contas de investimento eram abertas por dia, com muitos pequenos investidores a recorrerem a empréstimos para apostar na bolsa. Ainda assim, apesar de representar a maior parte dos participantes no mercado accionista, as famílias detêm apenas uma pequena parte do valor na bolsa – cerca de 5%, segundo o Financial Times.
4. Verde é bom, mas não na China
O "vermelho" tem dominado a negociação na China? Isso seria positivo para as acções. É que ao contrário do que acontece nos mercados ocidentais, na China, o vermelho representa a subida das acções e o verde a queda. É uma questão cultural. No ocidente é utilizada a mesma lógica aplicada aos semáforos – o verde é para avançar, o vermelho para parar. Mas, na China o vermelho simboliza prosperidade, sorte e fortuna. É a cor da bandeira e das cerimónias festivas – como o casamento -, sendo por isso utilizado também para representar os ganhos nos mercados.
5. Está a cair. Vamos almoçar.
As horas de negociação também são diferentes nas bolsas europeias e na China. E não é só uma questão de fuso horário. Na bolsa da China, a negociação é interrompida entre as 11h30 e as 13 horas locais para uma pausa para almoço, ao contrário do que acontece na Europa e nos EUA, em que as bolsas abrem de manhã e encerram ao final da tarde. Em Tóquio, os "traders" também têm uma pausa para almoçar.