Notícia
Cimpor decide hoje saída de bolsa
A Cimpor realiza esta quarta-feira, 21 de Junho, a assembleia-geral extraordinária para decidir a perda de sociedade aberta.
A Cimpor dá esta quarta-feira, 21 de Junho, um passo para sair de bolsa. Os accionistas da cimenteira vão reunir-se, a partir as 9 horas, com um único ponto na ordem de trabalhos: deliberar sobre a perda da qualidade de sociedade aberta. O mesmo é dizer que a Cimpor quer sair de bolsa, mas mantendo os accionistas minoritários no seu capital.
Ainda assim, poderá ter de comprar acções de minoritários, já que, segundo o Código dos Valores Mobiliários, caso haja deliberação de perda de qualidade de sociedade aberta em assembleia-geral, a empresa tem de "adquirir, no prazo de três meses após o deferimento pela CMVM, os valores mobiliários pertencentes, nesta data, às pessoas que não tenham votado favoravelmente alguma das deliberações em assembleia".
Se todos os minoritários fossem à assembleia-geral votar contra o ponto em discussão, a Cimpor poderia ter de desembolsar 10 milhões de euros. Ainda assim, a participação de minoritários nas assembleias da Cimpor é, nos últimos anos, baixa. Os minoritários têm 5,8% da Cimpor, sendo dos brasileiros Camargo Corrêa a participação maioritária de 94,2%, através da InterCement.
A InterCement explica a proposta pela elevada concentração do capital num único accionista, o não acompanhamento pelos analistas da acção da Cimpor, o "aparente" afastamento dos minoritários, a evolução negativa das operações industriais no Brasil e a inexistência de condições para ir ao mercado realizar um aumento de capital necessário face à deterioração da situação financeira da empresa. A Cimpor terminou 2016 com capitais próprios negativos de 408,9 milhões de euros. A InterCement assegura que "com esta proposta não pretende afectar as actividades da companhia em Portugal ou nas restantes geografias onde opera".