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China cancela regra que suspende negociação quando bolsa cai 7%
Esta quinta-feira a bolsa chinesa negociou apenas 30 minutos, altura em que estava a afundar 7%, por causa de um mecanismo de suspensão das negociações, que o regulador do mercado decidiu agora cancelar.
A negociação na bolsa chinesa tinha este ano uma regra nova. As transacções eram suspensas quando o índice CSI 300 atingisse uma queda de 7%. O objectivo era limitar os movimentos acentuados e a forte volatilidade na bolsa do país, mas o efeito foi precisamente o inverso.
Na primeira sessão do ano a regra foi logo activada, com as negociações a serem suspensas quando a bolsa atingiu uma queda de 7%. E esta quinta-feira voltou a ser aplicada, quando nos primeiros 30 minutos de negociação do CSI 300 já desvalorizava 7%.
Contudo esta suspensão já não deverá voltar a repetir-se, uma vez que o regulador da bolsa chinesa decidiu esta quinta-feira, após uma reunião de emergência, suspender o mecanismo. O CSRC reconhece que este mecanismo não atingiu os efeitos desejados, mas assinala também que "não foi a principal causa para a queda forte das acções".
Uma decisão que surge depois da regra ter sido criticado pelos analistas, por considerarem que aumenta ainda mais as desvalorizações, já que os investidores antecipam a venda das suas posições para não correrem o risco de ficarem "presos" com a suspensão.
A suspensão era temporária (15 minutos) quando a bolsa caia 5% e definitiva durante o resto da sessão quando a desvalorização chega aos 7%.
"O limite de 5% é claramente muito reduzido para um mercado volátil como é o chinês", comentou à Reuters Tom Rafferty, economista da The Economist Intelligence Unit. "Assim que o limite de 5% é atingido, inevitavelmente os investidores despejam ordens de venda" por temerem que as acções vão cair mais até ser atingido o limite de 7%.
O mercado chinês não é o único onde estão instituídos estes mecanismos de suspensão de negociações. Em Wall Street existem três limites: 7%, 13% e 20%. Na Coreia do Sul são ainda maiores: 8%, 15% e 20%.
A introdução deste mecanismo de suspensão das negociações na bolsa chinesa foi apenas uma de uma série de medidas introduzidas pelas autoridades chinesas para travar a turbulência nos mercados accionistas do país.
(Notícia actualizada às 15:15 com mais informação)